sábado, 16 de outubro de 2010

Programação de cinema na RTP2 (XXIX): uma mão cheia de nada

MIL SETECENTOS E CINQUENTA E TRÊS

Estamos a chegar, com mais força, aos media. A Agência LUSA já nos noticiou, o que provocou a tradicional avalanche de notícias nos órgãos de comunicação social que são, no fundo, transcrições quase ipsis verbis da dita fonte.

Mais significativa foi a publicação que a Rua de Baixo fez de uma entrevista* que dei a um dos seus jornalistas, a quem agradeço a oportunidade de expor, de forma mais directa, sem filtros, os nossos argumentos.

Não sou, naturalmente, a pessoa mais indicada para destacar alguma parte da entrevista, mas há um conjunto de palavras que disse, naquele dia, com um sentimento de urgência que, hoje, não mudou. Muito pelo contrário.

Porque eu também tenho noção de que não basta ter pessoas conhecidas, muitas pessoas conhecidas. Neste momento nós precisamos é de muita gente a assinar, precisamos do público, precisamos de, no fundo, ter a sociedade civil mobilizada para isto e achamos... que é a esse público que o programador deve responder.


*- Onde se lê "José" deve-se ler "João" Mário Grilo. A gralha é-nos alheia.

Quero dizer outra coisa aqui, para que fique também registado.

Numa Democracia, uma petição não é um texto excludente, ou pelo menos, não DEVE ser um texto excludente. Isto é, por não ampliarmos esta causa a todos os domínios das artes - e sabe-se lá mais o quê... - não quer dizer que estejamos CONTRA o que quer que seja.

Na realidade, olhando para o SENTIDO do nosso texto, perceber-se-á facilmente que não estamos contentes com o grosso da programação cultural da RTP2 e RTP1 e que queremos que esta petição seja EXEMPLAR na luta por um serviço público de qualidade. Dentro da lógica da petição como um texto excludente, contra algo em vez de a favor de algo, ninguém assinaria petição alguma, pois nenhuma petição consegue abarcar TODO o universo de reivindicações que cada cidadão português tem legitimidade de fazer.

Digo isto a todos aqueles que, contactados por nós, com responsabilidade social na área da cultura, se recusam a assinar alegando, algumas vezes, que concordam com a nossa batalha, mas que por esta ou aquela nuance, por não pedirmos a cabeça deste ou daquele ou por não pedirmos reformas de fundo na ideia de serviço público, não assinam e se recusam a divulgar esta iniciativa.

São pessoas que acreditam, com certeza, que Portugal é um país que se constrói por lobbying interno, de costas voltas para a Sociedade e os seus mais desinteressados representantes. Posição triste e, peço desculpa, pequenina.



Uma mão cheia de nada...

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