terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Wikileaks

A polémica Wikileaks é de uma hipocrisia atroz. Sugiro uma mudança de perspectiva para a desmontarmos: se um qualquer senhor jornalista recebesse até a mais irrelevante informação que o senhor Assange recebeu, não a publicava? Vamos lá, digam sinceramente: resistiam noticiar que corre entre diplomatas americanos a ideia de que Zapatero é isto ou aqueloutro ou que a China se inclina para uma ideia de reunificação da Coreia?

Eu pergunto isto, depois de ouvir um jornalista chamado Miguel Sousa Tavares classificar as práticas do senhor Assange de "terroristas". Eu diria, em jeito de lamento, que é um acto "normal" do jornalismo que hoje se pratica; um jornalismo de secretaria - o Tintin já era, agora o que o jornalista faz é ficar na redacção o dia todo à espera que a notícia lhe venha por mail ou telefone... é um secretário -, que se deixa instrumentalizar pela exclusividade e explosividade dos furos noticiosos.

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