Muito subvalorizado western de Michael Curtiz que, com ironia, desenrola um intrincado novelo feito de mentiras ou, como sagazmente apontam os seus avanços e recuos narrativos, "não-verdades". Há, por isso, uma componente ensaística nesta obra com título de filme (de terror) violento onde não há uma única morte e os poucos tiros que são disparados saem todos por cima, propositadamente ou não.
Em "The Hangman", estamos por isso sujeitos a um exercício sobre as aparências, protagonizado por um homem que não acredita nelas - e desconfia de toda a gente - e outro que acredita - e, por isso, confia em toda a gente.
Em "The Hangman", estamos por isso sujeitos a um exercício sobre as aparências, protagonizado por um homem que não acredita nelas - e desconfia de toda a gente - e outro que acredita - e, por isso, confia em toda a gente.
No meio, claro, está a bela Tina Louise, uma jovem cujo carácter vai ser posta à prova em face destes dois homens e mais um: um criminoso à solta que, vamos vendo, não é propriamente o típico vilão de um western. Na realidade, a certa altura, este parece menos vilão que o xerife (o primeiro homem, interpretado magnificamente por Robert Taylor).
E Tina Louise, que se parece "prostituir" no início, acaba por se revelar íntegra por... ter mentido! A mentira pode conduzir à verdade com a mesma facilidade com que a desconfiança é isso mesmo: uma palavra ("confiança") desfeita pelo seu prefixo ("des"), qual sanguessuga que não larga a sua vítima; qual casal ligado por umas algemas cuja chave é, enfim, o amor. Obra-prima deliciosa.
E Tina Louise, que se parece "prostituir" no início, acaba por se revelar íntegra por... ter mentido! A mentira pode conduzir à verdade com a mesma facilidade com que a desconfiança é isso mesmo: uma palavra ("confiança") desfeita pelo seu prefixo ("des"), qual sanguessuga que não larga a sua vítima; qual casal ligado por umas algemas cuja chave é, enfim, o amor. Obra-prima deliciosa.
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