terça-feira, 31 de março de 2015

À pala de Walsh com novo rosto


Sei que por aqui a actividade não tem sido muita, algo que tenciono mudar em breve.

Até lá, vá visitando o espaço vizinho, agora remodelado, por dentro e, sobretudo, por fora. Usando jargão cinéfilo mais técnico, é caso para dizer que o mesmo se zellwegerizou.

É no endereço de sempre: www.apaladewalsh.com

domingo, 16 de novembro de 2014

A carne não se encena*

"Before the Devil Knows You're Dead" (2007) de Sidney Lumet

"Welcome to New York" (2014) de Abel Ferrara

[Acho que desde a cena de sexo entre Philip Seymour Hoffman e Marisa Tomei que abre "Before the Devil Knows You're Dead" que não sentia desta forma não só a carnalidade do corpo como, na realidade bem mais que isso, o corpo maciço de um (grande) actor como aparição performática."Welcome to New York", melhor filme que vi neste LEFFest (sendo um dos piores o outro Ferrara mostrado, "Pasolini", e assim se resume, de facto, o "risco de ser Ferrara"), é uma parábola sobre o poder e o dinheiro (ou "a verdade" do poder e do dinheiro). Todavia, o grande happening aqui é o próprio Depardieu, a sua respiração ofegante, o ritmo no despir e no vestir ou, em plano geral, a forma bulbosa e grosseira do seu corpo. *O Carlos Natálio disse tudo: a carne não se encena - é este o verdadeiro tagline deste filme de Ferrara. No filme, também é quase comovente esse gesto de renúncia ao poder em benefício de uma incorrigível natureza viciosa. Como diz o próprio Depardieu no prelúdio, a política é uma coisa odiosa, mas ele fala da política dos políticos. A política do corpo, essa, é a redenção possível para si enquanto actor e, talvez o momento em que a personagem coincide com o actor na perfeição, para Dominique Strauss-Kahn enquanto viciado em sexo que, afinal, não quer ser "o próximo Presidente de França".]

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Ligação directa à pala de Walsh (XXIV)


O meu destaque maior foi a entrevista que fiz a Jennifer Kent, autora do maior filme do terror do ano até agora: "The Babadook". Voltei a dedicar a minha crónica Civic TV à programação dos canais TVCine, fechando assim uma parceria com o canal. O meu elogiou maior foi para a exibição do magnífico "Wings" de William A. Wellman. Na Sopa de Planos sobre fumo, entrei com um ingrediente  de Ralph Steiner e Willard Van Dyke.

Assinei um Estado da Arte em memória de Marilyn Burns, a inesquecível protagonista de "Texas Chainsaw Massacre" de Tobe Hooper.

Da minha cobertura no DocLisboa 2014 à retrospectiva do documentarista Johan van der Keuken, resultou este texto. O seu interesse maior está no pequeno apanhado de ideias que fiz da mesa redonda que se realizou em torno do cineasta holandês, na Culturgest, e que contou com as presenças, entre outros, da sua viúva Nosh van der Lely e de José Manuel Costa.

No próximo mês, esperamos trazer novidades, entre elas, uma entrevista que realizei a Gabe Klinger, a propósito do seu "Double Play: James Benning and Richard Linklater".

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Ligação directa à pala de Walsh (XXIII)


Muita coisa a destacar, mas a primeira coisa que gostaria de (re)publicar aqui é o mais recente Estado da Arte que assinei e que me deu mais trabalho que alguns artigos escritos para o À pala de Walsh. O que procuro promover aqui, para além do óbvio paralelismo entre a linguagem dos videojogos e a dos filmes, é uma pequena homenagem aos jogos que povoaram a minha infância e princípio de adolescência. Outro Estado da Arte que assinei dá as voltas ao desafio do Ice Bucket Challenge, a moda mais silly da silly season.

Mais substancial serão as duas últimas Conversas à Pala que organizámos e publicámos no site. A nona foi dedicada às novas cinefilias digitais, representadas pelos nossos convidados Paulo Soares, Ana Cabral Martins e Jorge Pereira, e foi moderada por mim e pelo Carlos Natálio. A décima teve como convidado Pedro Borges, distribuidor (Midas Filmes) e exibidor (Cinema Ideal).

Dos textos, destaco o último número da minha crónica sobre cinema na televisão, Civic TV. Nele, faço um pequeno raio-x à programação dos canais pagos de cinema TVCine, na sequência de uma parceria que estará ainda por trás da próxima crónica. (No mês de Julho, que não divulguei aqui, escrevi sobre o genial Richard Fleischer.) Outro texto que escrevi, este já em Agosto, materializa uma tentativa minha de homenagear a obra e o pensamento de Harun Farocki. Outro momento solene foi a publicação do texto, assinado pelos quatro fundadores do site, de indignação face aos constrangimentos que assolam a actividade programática da Cinemateca Portuguesa. (O mesmo assunto foi, aliás, objecto de discussão nas Conversas à Pala com Pedro Borges.) Já em Setembro cobri com o Ricardo Vieira Lisboa e o Carlos Natálio o festival de cinema de terror de Lisboa MOTELx 2014.

Participei ainda no Filme Falado sobre "Jersey Boys", o decepcionante mais recente filme de Clint Eastwood. E contribuí com o meu ingrediente para a Sopa de Planos que é, na realidade, uma "sopa da pedra" bem rija.

Aproveito estas linhas finais para deixar uma nota que muito me entusiasma. Em Setembro tivemos a oportunidade e a felicidade de lançar textos dos nossos preciosos novos reforços: Inês Lourenço, Francesco Giarrusso e Vasco Baptista Marques. Para seguirem melhor os seus textos, como os dos outros walshianos, como é claro, aproveite para partilhar e/ou subscrever, se ainda não o fez, a recentemente criada newsletter mensal do À pala de Walsh. A partir dela poderá receber no seu mail uma súmula mensal das actividades (críticas, entrevistas, eventos, passatempos, etc.) do À pala de Walsh (tenha este primeiro número como exemplo).

Em Outubro, serei eu o editor, com a expectativa de conseguir trazer umas quantas boas surpresas.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Match made in hell

"Leave Her to Heaven" (1945) de John M. Stahl

"Gone Girl" (2014) de David Fincher

[O filme mais politicamente incorrecto de Fincher, que, palpita-me, vai dar muito que falar (já ouço ao fundo: "misógino"! "Mau cristão"!), é mais uma superfície cinematográfica impecavelmente polida, meticulsamente construída… meticulosamente construída para destruir o santo matrimónio, como se este fosse um filme de terror cozinhado até explodir numa panela de pressão de aço inox e "de design". Um passo em frente neste percurso magistral em que Fincher assimila Fincher, redu-lo às tais superfícies lisas - as mesmas do subvalorizado "The Girl With the Dragon Tattoo"? Sim - que escondem manchas de sangue ainda mais perturbantes que as dos crimes de "Se7en" ou então "Gone Girl" é um hardware robusto com um software várias vezes mais monstruoso que "Social Network" (o network social é a pessoa que mais amamos…) ou um "Zodiac" em que "o mal" é mais pervasivo que o próprio Zodiac (e tem o rosto da pessoa que mais amamos…). Enfim, o filme mais incontornável do ano até agora. Mais uma coisa para aguçar apetites: a apoteose deste filme é uma montagem arrepiante, música de Trent Reznor e fades rápidos penetrantes onde a tal superfície lisa, "branca", é pintada com jorros de sangue. O pós-"Psycho", em certo sentido.]

sábado, 20 de setembro de 2014

Rentrée com o Dossier Arkadin


Celebro a entrada num novo ano de trabalho com a mudança de conteúdos do meu site de divulgação académica Abîme para um espaço já só meu que baptizei de Dossier Arkadin. Como post "corta-fitas", resolvi publicar o filme que realizei em 2010, "Lugar/Vazio", que, deste modo, fica acessível a quem queira ver, comentar, partilhar ou simplesmente ignorar.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

domingo, 20 de julho de 2014

Ligação directa à pala de Walsh (XXII)



O À pala de Walsh fechou o dossier "Os Filhos de Bénard" no passado mês com um belíssimo texto (ficcional?) de João Lameira sobre Duarte de Almeida, actor muito chegado (mesmo, mesmo muito chegado) a João Bénard da Costa. Foi uma jornada de textos que provou, sob as mais diversas formas, que é possível olhar-se para trás com a frescura do que está por vir. Bandas desenhadas, colagens que deram origem a textos impossíveis, uma tradução multilíngue, uma aula (também ficcionada?), uma entrevista intemporal, textos que cobrem o amor desse programador de todos os tempos pelo cinema e ainda uma Conversa à Pala com Manuel S. Fonseca que aqui ponho em destaque.

Outro momento importante neste ano À pala de Walsh foi a fundação da rubrica Filmes Fetiche, poucos dias depois do segundo aniversário do site. Podem ler o brilhante texto de introdução da Sabrina D. Marques (curadora desta série) e ver os respectivos filmes aqui (eu contribuí modestamente com o "A Revolta dos Gansos").

A mais recente Sopa de Planos teve como ingredientes elevadores, onde gostava de destacar o excelente texto de João Palhares sobre "Sweet Exorcist" de Pedro Costa. A minha crónica Civic TV deste mês, a última antes das férias de Agosto, é sobre um dos maiores cineastas de todos tempos, que, contudo, permanece ainda numa estupidamente injusta "segunda divisão" da cinefilia: Richard Fleischer.

Por fim, quero destacar a cobertura que João Araújo fez ao último festival de Vila do Conde. Temos orgulho de não estarmos acantonados na capital e de podermos ir até onde o grande cinema passa.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Ligação directa à pala de Walsh (XXI)


Foi um mês marcado por uma das melhores Conversas à Pala até hoje. O diálogo entre Rui Simões e Leonor Areal vai muito para lá das "histórias do cinema português", tocando em assuntos como os limites e desafios do chamado "cinema de intervenção" e os modelos de consumo da Sétima Arte, ontem como hoje. A Sabrina D. Marques estreia-se na moderação do evento, na companhia de Ricardo Vieira Lisboa, e o resultado deixa este operador de câmara (algo titubeante, devido ao novo cenário e a novos, mas ultrapassados!, constrangimentos técnicos) deveras orgulhoso. Veja e ouça aqui.

Para além disso, destaco o primeiro tomo da minha dissertação acerca do cinema de Steven Seagal, que tomou de assalto a minha crónica Civic TV. Assinei ainda duas imagens gif do Estado da Arte, que pode ver aqui e aqui. Deixei ainda a minha flor na nova Sopa de Planos, que pode ser provada aqui.

O mês, como vêem, foi sólido, mas com poucas surpresas. Estas reservam-se para já amanhã, com o lançamento do primeiro artigo do dossier "Os Filhos de Bénard". Deixamos entrever o espírito desta enorme empreitada cinéfila na colagem acima, da autoria de Dox.

sábado, 24 de maio de 2014

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Ligação directa à pala de Walsh (XX)


O mês já vai avançado, mas não queria deixar de fazer o levantamento habitual de textos meus no À pala de Walsh e sobretudo alguns destaques de textos escritos por outros walshianos. O destaque individual e colectivo que quero fazer, antes de mais, é a muito especial cobertura que o núcleo duro do site mais o Ricardo Gross e a Mariana Castro fizeram ao festival IndieLisboa 2014 - pode consultá-la aqui. Pessoalmente, faço um balanço da minha experiência enquanto jurado do prémio de Distribuição TVCine aqui, exercendo ainda a minha indignação face aos acontecimentos que limitaram a liberdade dos programadores do festival e da Cinemateca de fazerem o seu trabalho.

A minha crónica Civic TV foi dedicado aos actores que dão o salto e experimentam a realização. Leia-a aqui. Das brincadeiras cinéfilas, desta vez, não participei na Sopa de Planos sobre chuva, para lá do habitual primeiro parágrafo introdutório. No entanto, fica aqui a referência. Nos Estados da Arte, apetece-me sobretudo destacar um da autoria de Ricardo Vieira Lisboa e no qual testemunhei as dificuldades enfrentadas para… pôr Passos Coelho no formato scope. O resultado é delicioso (como vêem acima).

As Conversas à Pala tiverem como convidado Carlos Conceição, realizador de um dos dois filmes portugueses presentes no festival de Cannes, "Boa Noite Cinderela" (o outro, "A Caça Revoluções", merece o meu elogio no balanço IndieLisboa 2014, com link indicado acima). Veja a conversa aqui.

Por fim, recomendo a leitura da entrevista que eu e o Carlos Natálio fizemos ao Professor de Harvard Tom Conley, em torno de um dos cineastas por si mais estudados: Raoul Walsh. Leia-a aqui.

Com Carlos Natálio como editor, teremos até ao final do mês o arranque do dossier dedicado a João Bénard da Costa. Esperemos estar à altura da sua memória.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

IndieLisboa 2014 no À pala de Walsh


A presença do À pala de Walsh no próximo IndieLisboa, que começa já na próxima semana, dia 24 de Abril, merece um post à parte por várias razões. A primeira prende-se com o prémio de distribuição TVCine que, pela primeira vez no festival, será entregue por bloggers de cinema: eu, o Francisco Valente e o Pedro Fernandes. A companhia é muito boa, mas a razão para esta convocatória ainda é melhor, já que a criação deste prémio significa um passo de gigante da blogosfera no sentido do seu reconhecimento como crítica de cinema adulta. O passo seguinte será criar um prémio geral de imprensa onde críticos do papel e do online se combinem indistintamente no júri. De qualquer maneira, queria congratular o IndieLisboa por esta iniciativa e partilhar com o resto da blogosfera esta nossa vitória. Hoje sou eu, o Francisco e o Pedro, mas no próximo ano serão outros bloggers.

A outra razão para este contentamento tem a ver com os moldes em que iremos cobrir esta edição do festival. Teremos uma cobertura escrita a várias mãos e produziremos ainda uma especialíssima cobertura fotográfica da autoria de Mariana Castro, que o leitor poderá acompanhar diariamente no Facebook do À pala de Walsh. Outros dois walshianos, Ricardo Vieira Lisboa (da organização do festival) e Carlos Natálio, irão apresentar algumas sessões in loco. Muitos motivos para seguirem o próximo Indie à pala de Walsh.

domingo, 6 de abril de 2014

Ligação directa à pala de Walsh (XIX)



Março foi um mês em que voltei ao velho assunto do cinema na RTP2. Primeiro, falei com João Garção Borges sobre o fim do seu "Onda Curta" - leia a entrevista aqui. Segundo, escrevi a minha crónica Civic TV sobre o novo Contrato de Concessão da RTP e a passagem de "Feral" na ausência desse programa histórico da televisão pública - leia-a aqui. Terceiro, os mesmos assuntos foram conversados com a actriz Joana de Verona e o meu colega walshiano João Lameira nas quintas Conversas à Pala - veja-as aqui ou clicando já aqui no vídeo acima.

Entrevistei ainda o responsável pelos Encontros Cinematográficos do Fundão, Carlos Fernandes. Nas rubricas habituais, colaborei com o meu sol, um "raio verde", para a hiper-solarenga Sopa de Planos. Os meus dois Estados da Arte procuraram produzir um novo olhar sobre as repetições de lances da bola e uma nova perspectiva sobre o embate José Rodrigues dos Santos versus José Sócrates.

Fora dos meus contributos, queria destacar, em primeiro lugar, o texto de Carlos Natálio sobre o muito interessante cineasta japonês Kiyoshi Kurosawa e, em segundo lugar, uma estreia de luxo: do outro lado do Atlântico, escreve-nos agora, numa crónica chamada Constelações Fílmicas, o crítico Luiz Soares Júnior. O seu primeiro objecto de reflexão foi o excelente "Lilith".

Este mês serei eu o editor. Teremos em Abril uma preciosa cobertura ao ciclo Mario Bava, que acontecerá no âmbito do próximo Festival do Cinema Italiano (iremos dar bilhetes na nossa página do Facebook), e daremos azo a uma maneira muito particular de celebrar o 25 de Abril.

domingo, 23 de março de 2014

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