segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Os melhores de 2008

8. "Aquele Querido Mês de Agosto" de Miguel Gomes

9. "4 luni, 3 saptamâni si 2 zile" de Cristian Mungiu

10. "No Country for Old Men" de Joel & Ethan Coen

Em apenas um ano, calhou estrear-se por cá o maior filme norte-americano desde "Magnolia" chamado "There Will Be Blood" e uma das mais sublimes incursões pelo cinema verité europeu, "La graine et le mulet".

PT Anderson e Abdel Kechiche fabricaram imagens de poderosa humanidade e deram vida a duas das personagens mais singulares do cinema recente: Daniel Plainview (interpretado pelo actor do ano, Daniel Day-Lewis) e Slimane Beiji (o Ventura de 2008?). O ano foi excelente para o cinema europeu. Desde logo, destaco "Entre les murs", a segunda Palma de Ouro a estrear nas salas portuguesas este ano, a seguir ao assombroso filme de Cristian Mungiu.

Depois houve o regresso – que é sempre uma ressurreição fantasmática – de Philippe Garrel. Foi através da sua câmara que vi “o plano do ano”: aquele em que Garrel (pai) inventa no reflexo de um espelho o contra-campo de Garrel (filho), no momento em que este se despede do seu primeiro (e único?) grande amor. Por falar em cinema francês, por falar na Nouvelle Vague, por falar em amor, o que dizer da coerência estética – e ética – do universo de Eric Rohmer?

"Les Amours d'Astrée et de Céladon" foi, sem espanto, o filme mais moderno de 2008; obra fulgurante sobre a essência do Cinema. A mesma que James Gray procura forjar em "We Own the Night", filme que evoca o Lumet, Friedkin, Scorsese e Coppola dos anos 70 e que, ao mesmo tempo, não deixa de se deslumbrar (secretamente) com o último grito do progresso tecnológico: a cena da perseguição, pejada de CGI, é o efeito especial do ano, aquele que posiciona Gray como o grande falsário pós-De Palmaniano.

Outro acto de precisão foi "No Country for Old Men", filme que vai muito para lá da personagem mal resolvida de Javier Bardem: há Tommy Lee Jones num papel secundário (o outro actor do ano) e o melhor dos Coen investido num minucioso trabalho de montagem. Não estiveram sós nesta matéria: Miguel Gomes cria toda uma encantadora e encantada viagem pelo interior português a partir da mesa de montagem. Ainda em Portugal, Canijo dá sequência a "Noite Escura" e volta a filmar uma tragédia. "Mal Nascida" é um enorme exercício de mise en scène. Aqui como em qualquer parte do mundo.

5 comentários:

Ricardo-eu disse...

de todos só não consegui ver mal nascida, apesar de a curiosidade ser grande, no entanto, posso concordar com There will be blood. Para mim desilusão foi a fronteira do amanhecer, que me pareceu um filme hipócrita e pretensioso, por outros lado devo apenas referir que acrescentaria O Corações do Resnais e o Into the wild do senhor Penn, assim como o filme de Lumet e o The Assassination of jesse james ....
Apesar de tudo concordo com a maioria e felicito-o pelo excelente blog

Unknown disse...

Todos estes filmes são grandes, mas acho o "We Own the Night" algo sobrevalorizado.

Anónimo disse...

Muito boas escolhas. Nem todos estarão no meu top10 mas desses muitos deles estão nos vinte primeiros do ano.

Anónimo disse...

falta o FOME!

Anónimo disse...

A minha lista:

1. "Entre les Murs", Laurent Cantet
2. "Pas Perdus", Saguenail
3. "Presto", Doug Sweetland
4. "WALL-E", Andrew Stanton
5. "Les Plages d'Agnès", Agnès Varda
6. "Waltz with Bashir", Ari Folman
7. "Le Silence de Lorna", Jean-Pierre e Luc Dardenne
8. "In Bruges", Martin McDonagh
9. "Bienvenu Chez les Ch’tis", Dany Boon
10. "Horton Hears a Who!", Jimmy Hayward & Steve Martino

Nota: Não inclui o "La Graine et le Mulet", o melhor filme do século XXI até hoje, nem o "No Country for Old Men", nem o "Les Amours d’Astrée et de Céladon", por estão na minha lista de 2007! ;)

Um abraço doismilenóvico!

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...