quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Nova trilha (XXI): Masina e Yo La Tengo

Giulietta Masina em "Le notti di Cabiria" (1957) de Federico Fellini

Programação de cinema na RTP2 (XXVI)

MIL E QUATROCENTOS

Entre as 1186 e as 1400 assinaturas, muita coisa aconteceu. Mais grandes figuras da nossa sociedade assinaram a petição, entre elas, o Professor José Mattoso, Carlos Pinto Coelho, Jacinto Lucas Pires e Catarina Portas, e a nossa causa foi noticiada no jornal Público do passado domingo.

Temos, contudo, uma meta que nos põe em sentido: 2000 assinaturas até dia 11 de Outubro. É ambiciosa e difícil de cumprir face ao nosso anonimato e à pouca vontade que os órgãos de comunicação social estão a manifestar em tornar Publicada a Opinião Pública - para quem não sabe a diferença entre estes dois conceitos, voilá!

Sentido, ordem, reunir tropas, apontar canhões e FOGO: mais assinaturas, meus caros indecisos, amigos de indecisos, amigos de amigos de indecisos! Por quê? Porque... bem, se o nosso texto constante da petição não o satisfaz, é visitar o nosso blogue e ir à (novíssima) coluna do "argumentário".


Comandar as tropas em direcção ao nosso objectivo!, ordena o nosso Field Commander Cohen.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A arquitectura de um gag ou o gag arquitectónico

"Playtime" (1967) de Jacques Tati

"O Tempo que Resta" (2009) de Elia Suleiman

(Peço desculpa pela má qualidade dos stills, mas não encontrei melhor - e procurei muito. De qualquer modo, cá estão dois genialíssimos cineastas a rimar com os seus gags visuais, explorando a configuração dos espaços e edifícios. Já agora, um - senão o - dos melhores planos do ano: a sequência, num único plano, do hospital em "O Tempo que Resta" - que gostava de ter encontrado na net, mas ainda não encontrei...)

Frantic (1988) de Roman Polanski


Há filmes que nascem directamente da forma como são filmados. Polanski, seguindo as pisadas de Hitchcock, torna esta afirmação imbatível em "Frantic". Na realidade, parte da sua extensa obra contém alguns dos exercícios mais magistrais sobre as potencialidades do fora de campo e da profundidade de campo - e do plano-sequência claro. "Frantic" é um filme que nasce, todo ele, de um fora de campo; é como que parido a partir de um ângulo morto da personagem de Harrison Ford, que no duche não ouve as últimas palavras da mulher antes de esta sair do seu campo de visão e... desaparecer. Puff, "Lady Vanishes".

O desnorte do protagonista só tem impacto no espectador porque a câmara estava na banheira com ele, a filmar a partir unicamente da sua perspectiva AUDIOVISUAL. A mulher sai do seu e do nosso campo de visão e audição - e desaparece do filme, esfuma-se. A incredulidade é total e, com isto, Polanski pare um enigma que vamos acompanhar com o mesmo grau de obsessão com que o marido procura a sua "white lady" (esta foi uma private joke para quem já viu o filme...).

A magistralidade de "Frantic" nasce disto: todo o filme deriva de um "fora de campo" ultra-realista; de uma posição de câmara minuciosa e cinicamente determinada pelo realizador Polanski. A partir da cena do duche, a câmara já não descola de Harrison Ford; a realização torna-se num gesto natural - parte implicada na história, apetece dizer - ao segui-lo obcecadamente.

Movimento inverso é feito no mais recente "The Ghost Writer", cujos méritos nos parecem muitos, mas que valem pouco ao pé do melhor Polanski (este de "Frantic", ou o de "Faca na Água" ou o de "Rosemary's Baby"...). Aqui digamos que não é um fora de campo que constrói um filme, mas o seu contrário: tudo converge para o último plano de um acidente que envolve o protagonista e que a câmara não mostra. Até lá, é um thriller sem particular chama formal, enrolado em si mesmo, como que na expectativa desse seu último plano. Se "Frantic" desenrola-se naturalmente, "The Ghost Writer" anda aos ziguezagues, desinspiradamente por vezes, para chegar, no fundo, onde "Frantic" começa. Como um telhado que sustenta uma casa e não o contrário.

domingo, 26 de setembro de 2010

Etiqueta boboniana do cinema

7. Mas estavas a dizer que tinhas visto dois grandes filmes. Um era então o "Jaime" do Reis e o outro era qual mesmo? O outro que vi e gostei muito foi o "Hobson's Choice" com o Charles Laughton e realizado pelo David Lean. Esse tipo é um alucinado, pá! Não pesco nada dos filmes desse gajo! Como assim? Epa, aquela cena dos coelhos no INLAND EMPIRE dá-me cabo da cabeça, tu pescas isso? Não, pá, é LEAN não é LYNCH.

sábado, 25 de setembro de 2010

Programação de cinema na RTP2 (XXV): fighting for my lost cause

MIL CENTO E OITENTA E SEIS


Pois é, o número de subscritores cresce a olhos vistos - relembro que a petição começou há menos de 3 semanas. Os nosso subscritores Eduardo Cintra Torres e Jorge Mourinha já escreveram sobre esta iniciativa nas suas colunas do jornal Público, o que agradecemos profundamente.

No entanto, e apesar dos muitos esforços, ainda não fomos notícia fora das redes sociais, blogues e alguns sites da especialidade. Precisamos de mais divulgação para chegarmos a todos os que querem ver o dever de serviço público cumprido pelo segundo canal.

A deputada, actriz e realizadora - e, não esquecer, apresentadora de "Filme da Minha Vida", em tempos idos da RTP2 - Inês de Medeiros é uma das mais recentes assinantes da nossa causa e procuraremos com ela ou através dela fazer chegar as nossas reivindicações às autoridades competentes, leia-se, ao senhor Ministro dos Assuntos Parlamentares Jorge Lacão e à direcção de programas da RTP2. A nossa causa tem uma grande vantagem: temos a cobertura TOTAL e COMPLETA do texto da lei - ora passem os olhos por aqui.


Uma causa perdida esta? Há quem nos diga que sim, que não vamos lá com petições - então vamos lá como? À chapada? - e que somos novos e ingénuos. Sim, somos uma causa perdida, seguramente, em sentido lato, mas não tão seguramente em sentido estrito.

Etiqueta boboniana do cinema

6. Há um Shrek, gordo, verde e fala-barato, que faz as delícias dos netinhos do Cavaco Silva e há um Shreck, cadavérico, a preto e branco e mudo, capaz de lhes sugar o sangue até à última gota.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Uma farsa genuína: "I'm Still Here" com Joaquin Phoenix (II)

Tanto tempo depois os órgãos de comunicação social dão a notícia: Casey Affleck revela que "I'm Still Here" é um "mockumentary", ou seja, que o "novo Joaquin Phoenix" é, afinal, um embuste. Tanto tempo para ver o óbvio, depois do trailer já andar a circular há algum tempo e dar a entender, de forma relativamente evidente, que, por exemplo, a entrevista alucinada de Phoenix no programa de David Letterman seria um pedaço de "ficção" ou "não-ficção", enfim, ainda não acertei - acho que ninguém acertou... - com a catalogação de "I'm Still Here".

Entretanto, o "verdadeiro" (será?) Phoenix já foi ao David Letterman limpar a imagem. Podem ver, em síntese, como correu abaixo. Agora é esperar que venha um Casey Affleck qualquer desmascarar esta entrevista talvez ainda mais surreal que a de Phoenix - too strange to be true? Sei lá...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Yoidore tenshi/Drunken Angel (1948) de Akira Kurosawa


Não é, longe disso, o melhor filme de Kurosawa. Mas também detesto começar o que quer que seja com "não é, longe disso, o melhor filme de quem quer que seja". "Drunken Angel" tem a marca de génio de Kurosawa - e essa marca é deixada pela forma como a câmara pontua, em liberdade, a respiração da história. Exemplo disso é a melhor cena de todo o filme. Numa sequência, o médico - o primeiro anjo bêbado - conversa com a sua assistente, jovem mulher cujo marido é um criminoso perigoso que saiu recentemente da prisão.

A certa altura, a câmara, como que desinteressada da narrativa principal, desvia-se da rapariga, do médico e de Mifune - aquele que se revelará o segundo anjo bêbado - e aproxima-se da origem da melodia que se ouve ao fundo. Move-se no espaço, suavemente, na sua direcção. Quando a encontra, vemos um jovem anónimo a tocar guitarra - e pensávamos nós, na cena anterior, que esta música era extradiegética... De súbito, surge um homem misterioso que lhe pede a guitarra. O jovem anui ao pedido e o homem misterioso começa a tocar sonoramente uma melodia que nos devolve, com um corte, ao interior da casa do médico. A mulher apercebe-se da música e diz ao médico: "o meu marido costumava tocar esta música". Uma melodia junta todas as principais personagens do filme. Assim, como que num estalar de dedos... É ou não é coisa de mestre?

Kurosawa viria a aperfeiçoar este dispositivo na sequência memorável do duelo em "Stray Dog": o polícia e o ladrão, finalmente, frenta a frente, estáticos, na expectativa que o outro tome a iniciativa e, ao fundo, ouve-se um piano. A câmara distancia-se desta cena tensa para filmar o quadro serenamente doméstico de uma rapariga que toca piano. Ela pára, levanta-se e vai à janela ver o que se passa. O que ela vê da sua janela é o duelo, ou melhor, o filme... Como nós no cinema.

Etiqueta boboniana do cinema

5. Sim, sim, "Jaime" é um ganda filme. Adoro o miúdo... Mas que miúdo? O miúdo, pá, aquele do "Diz ao teu pai que te mande um beijo, foi o que ela disse..." Epá, eu estou a falar do "Jaime" do António Reis. Ah, pois claro, do António Reis...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Etiqueta boboniana do cinema

4. Impressionem o vosso papá sabichão. Digam que adoram Paul Thomas Anderson ("Magnolia") em vez de Paul W.S. Anderson ("Resident Evil").

Pépé le Moko (1937) de Julien Duvivier


Cá está um filme fundamental da história do cinema que só agora chega aos meus olhos: "Pépé le Moko" de Julian Duvivier, com o mítico Jean Gabin. Aos poucos e poucos vou descobrindo aquilo que os académicos e críticos apelidaram de "realismo poético", isto é, todo o cinema francês que marca sensivelmente o período que vai dos anos 30 até aos primeiros anos do pós-II Guerra Mundial. Vou descobrindo à mesma velocidade com que vou desmistificando uma ideia feita tornada axioma pela geração dos críticos dos Cahiers du Cinéma, à cabeça François Truffaut e o seu "Uma certa tendência do cinema francês": com honrosas excepções, tudo o que era francês era mau. E assim, com o inventividade desenfreado e iconoclasta da Nouvelle Vague, se remeteu mais de vinte anos do cinema francês para a penumbra. Talvez seja por isso que, mesmo hoje, seja tão difícil ver um filme de um Autant-Lara, Jacques Feyder, Marcel Carné, René Clément e Julien Duvivier ao pé de qualquer cineasta da Nouvelle Vage ou das tais honrosas excepções, como Jean Vigo e Jean Renoir.

É nesta equação que entra um título como "Pépé le Moko", espécie de elo histórico transatlântico entre o gangster movie norte-americano - estilo "Public Enemy" ou outro Cagney - com o film noir americano. Na realidade, os franceses chamaram film noir aos filmes de detectives e anti-heróis e femme fatales que chegavam do outro lado do Atlântico, assinados por auteurs como Huston, Siodmak, Lang ou Hawks, mas o film noir funda-se verdadeiramente dentro de portas, com obras como este "Pépé le Moko", história de um gangster com apetite por jóias - elas e, depois, uma beldade que as usa... - que, fugido da polícia, se refugia na cidadela labiríntica de Casbah, na Algéria. A polícia monta várias ratoeiras para tirá-lo da sua toca e o filme reporta, com boas doses de realismo - o tal que se diz poético -, esta perseguição gato-rato, sendo que o protagonismo é dado ao rato. Moko é o típico anti-herói, de punho rijo mas suave coração, um romântico perdido no seu labirinto, o de Casbah e outro, sentimental, dentro de Casbah, dentro do próprio Pépé - falo de duas mulheres, uma cigana e a tal beldade dos diamantes. Onde há mulheres, há sarilhos, já dizia o escritor...

Pépé quer sair - e sairá? - porque, afinal, está preso e se sente só na sua "fortaleza inexpugnável", tal como está preso a uma mulher que não ama - mas que o ama violentamente - e porque ele ama duas mulheres que não pode ter: a beldade dos diamantes e... Paris, cada uma das suas ruas, o espaço e o seu perfume, as suas pessoas e até, diz ele com a voz embargada, "le métro". Como num noir, temos a ideia de clausura - há a prisão física e a prisão sentimental - e sonhos obliterados pelo projecto dissimulado, não tanto da polícia, mas de uma mulher, anjo diabólico, mais tarde institucionalizado pelo noir, que acabará por se antecipar àquele gato para apanhar o rato... se o seu louco coração ferido o ditar. O final adivinha-se trágico, pungente mesmo: à distância, um barco parte com tudo lá dentro - amor por uma mulher, pelos diamantes, por Paris. E o nosso (anti-)herói em terra.

Etiqueta boboniana do cinema

3. Regra de ouro em qualquer evento social: não falar de DeCoteau (trash) mas de Cocteau (alta cultura).


terça-feira, 21 de setembro de 2010

Programação de cinema na RTP2 (XXIV): mais de mil cidadãos já assinaram a nossa petição

MIL E UM


Ultrapassámos a meta dos 1000 assinantes. Manuel Villaverde Cabral, Raquel Freire, Paulo Trancoso e Anabela Teixeira são alguns dos nomes que subscreveram mais recentemente a nossa petição. A ele juntaram-se centenas nas últimas vinte e quatro horas. E ainda não fomos noticiados nos jornais - apesar dos nossos esforços... Fica a certeza que esta petição, uma das mais activas do site peticaopublica.com, está a mobilizar a sociedade civil.

Como festejar? Pondo a assinar quem ainda não assinou. Força!


Agora que chegámos ao "número mágico" dos 1000 assinantes, parece que, senhores da RTP2, "You're in denial".

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Etiqueta boboniana do cinema

2. Não confundir Steve McQueen com Steve McQueen ou vice-versa (?).

O filme do ano (XII)

Não dá para ver, dá para ouvir. (E ainda não ficou claro se Carpenter assina ou não a banda sonora. Já se sabe que não se envolveu tanto no processo, como é hábito, mas não é líquido que não tenha tido uma participação muito activa na sua elaboração...)


Clássico Carpenter

Safdie vs. Cassavetes (XV): exterminar moscas e melgas


Irmãos Safdie estão para


como Cassavetes está para


(Ó Luís, ainda pansignificas? Sim, pansignifico e com muito orgulho! Epa, vai mas é pansignificar para a c**a da mãe do Luís Horta!
Já agora: alguém me explica porque é que
ESTE post é o que tem mais visualizações no meu blogue? Eu sei - só eu sei? - que é muita bom, mas também nem tanto!)

domingo, 19 de setembro de 2010

Etiqueta boboniana do cinema

1. Não confundir Romero com Rohmer.

Programação de cinema na RTP2 (XXIII): ready to start?

SETECENTOS

A petição conta já com 700 assinantes. Um bom número para uma causa verdadeiramente pública? É bom, mais pela qualidade de quem tem assinado - todos sem excepção - do que pela quantidade, face aos nossos objectivos.

Confesso que quando vejo uma petição como a da Professora de Braga, a favor de Carlos Cruz, com 1082 assinaturas (claro que a maioria é pouco credível, mas ainda assim...), interrogo-me, primeiro, sobre a força que os media têm - recordo que esta já foi sobejamente noticiada, ao contrário da nossa - e, segundo, sobre a forma como a sociedade civil se deixa seduzir facilmente por causas (perdidas...) que não lhe dizem respeito.

Se concordarem, assinem.(E não se esqueçam de confirmar a vossa assinatura no endereço fornecido.) Se não concordarem, estaremos naturalmente disponíveis para esgrimir argumentos, neste espaço ou noutro qualquer.

Ready to start this fight?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Gostas mais dessa coisa do que de mim?

Craig Gillespie, "Lars and the Real Girl" (2007)

- Que é isso? - perguntou Brenda - Que é isso?
- É um manequim.
- Um manequim? Queres tu dizer que...?
- Quero dizer que estou apaixonado por ela.
- Ai, meu Deus! O quê? Por essa coisa? Por essa coisa?
- Sim.
- Gostas mais dessa coisa do que de mim? Esse pedaço de celulóide, ou lá que merda de que isso é feito? Queres tu dizer que gostas mais dessa coisa do que de mim?
- Quero.
- Devo imaginar que também a levas para a cama? Imagino que também coisas com... esta coisa?
- Coiso.
- Oh...

Charles Bukowski, excerto do conto "Amor por 17,50 Dólares" in "A Sul de Nenhum Norte" (1973), Relógio D'Água, p. 56.

Filmes que (não) vou ver em sala (IV): Amigo

Demasiados filmes de John Sayles não têm passado pelas nossas salas. Os excelentes "Limbo" e "Sunshine State" são os casos mais gritantes. O último filme de Sayles a estrear-se nas nossas salas foi "Casa de los Babys", interessante filme sobre o "negócio" da adopção de crianças na América do Sul por mulheres americanas. Os dois filmes que se seguiram assinados pelo realizador não tiveram estreia, ainda que o filme político "Silver City" tenha sido lançado em DVD.

Há dias, em Toronto, estreou "Amigo", provavelmente, o filme mais ambicioso de Sayles. Situado em 1900, este é um filme de época sobre o deflagar da guerra - que durou dois anos - dos Estados Unidos nas Filipinas. Com um elenco maioritariamente filipino, sem grandes actores americanos, receio que este seja mais um Sayles ignorado pelas nossas distribuidoras.


Trailer de "Amigo" de John Sayles, mostrado no Festival de Toronto.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Programação de cinema na RTP2 (XXII): What is Not But Could Be If

QUINHENTOS E SESSENTA E DOIS


A nossa petição continua a merecer uma excelente adesão por parte da sociedade civil. Temos tido cerca de meia centena de assinaturas por dia desde o começo desta semana e alguns nomes muito relevantes do meio ou à volta vieram trazer outra visibilidade à nossa causa, que esperamos chegar aos mass media em breve. Gonçalo Waddington, José Nascimento, Cláudia Arsénio, Jorge Mourinha e Teresa Garcia são alguns dos "reforços" que vemos com especial satisfação.

Entretanto, minha boa gente, continuem a assinar! Ainda estamos muito longe dos nossos objectivos.



With all associated risk, what is not but could be if... a RTP2 tivesse uma programação de cinema de qualidade?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

The Box (2009) de Richard Kelly


É quase como se Richard Kelly se tivesse virado para si mesmo e feito o seguinte exercício: sou um realizador nos anos 50 e ponho mãos à obra por altura em que "Invasion of the Body Snatchers"* chega às salas. Tenho as condições que um Don Siegel teve na altura para fazer um filme série B de ficção científica/terror com mensagem política - aquele era crítico da paranóia anti-comunista que grassava na sociedade norte-americana - mas quero situar a acção no futuro, sei lá, daqui a vinte anos, quando o homem estiver à conquista do espaço, mais ou menos cegamente optimista com os avanços tecnológicos alcançados. Como Siegel, porei homens contra homens, torná-los-ei irreconhecíveis entre si, como que "aliens" na sua própria casa, entre vizinhos, amigos e familiares. Fantoches de uma força superior que faz a humanidade olhar-se ao espelho e temperar a sua desmesurada arrogância intelectual/tecnológica com valores tão denominadamente humanos como o "altruísmo" e o "bem-comum". Aqui está o guião do meu próximo filme, dos anos 50 para os anos 70, mas... afinal que dia é hoje?

Kelly investe, deste modo, num exercício de género, entre o terror thrillesco puro e duro e o pesadelo pós-lynchiano, que joga com as cores, os objectos, os cenários de um passado passado a sonhar com um passado futuro. Veja-se o carro do marido, ultra-futurista mesmo para os anos 70, a casa do casal também roça a fantasia e os avanços que a NASA evidencia em matéria de exploração espacial superam o que a História ditou. O que não quer dizer que esta seja totalmente deturpada - já não havia sido em "Donnie Darko", filme passado nos anos 80, marcado por um contexto político rigoroso mas que, ao mesmo tempo, reportava-se futuristicamente às viagens no tempo, a realidades paralelas e coisas que tais.

A clareira realista de Kelly vem das personagens e desta moldura histórica trabalhada ao pormenor. Em "The Box", Kelly complexifica esta espécie de viagem temporal à la Darko: são os anos 50 a sonhar com os anos 70 ou os anos 70 a fantasiar com o futuro (logo, nós...)? Eu consigo ver mais Twillight Zone na plástica retro deste filme, mas também podia colar algum do papel de parede da casa do casal numa qualquer divisão de "Clockwork Orange". Foi este aspecto, esta segurança narrativa falsificada, que gostei mais nesta última obra de Richard Kelly. O resto entretém enquanto dura, mas cede, no fim, a uma espécie de moral preocupadamente "explicativa" que "Donnie Darko" havia adultamente descartado. (Ora cá está um comentário algo confuso e hesitante como o filme que o merece...)

*Aproveito este post para homenagear neste espaço o recém falecido Kevin McCarthy.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O filme do ano (XI)

Tagline: Only Sanity Can Keep You Alive

"John Carpenter's The Ward" teve a sua estreia internacional ontem à noite no festival de Toronto. Carpenter fez uma pequena introdução ao filme, à distância, através do grande ecrã - que, não podia deixar de ser, está já disponível no YouTube (ver vídeo abaixo). Entretanto, já houve reacções (até ver, positivas) de alguma imprensa e mais imagens do filme continuam a circular. Esperamos ansiosamente pelo primeiro teaser-trailer. Quanto a datas de estreia, é provável que "The Ward" só estreie nos Estados Unidos em 2011.


(Digamos que o agradecimento já está, nesta altura, subentendido...)

As idas a casa do papá

"Kramer vs. Kramer" (1979) de Robert Benton

"Go Get Some Rosemary" (2010) de Ben & Josh Safdie

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Programação de cinema na RTP2 (XXI)

TREZENTOS E CINQUENTA E UM


Chegamos a este número em pouco mais de uma semana e estamos contentes com a adesão. Agora, continua a não ser minimamente suficiente face às nossas ambições de, DE FACTO, mudarmos o estado das coisas em matéria de programação de cinema no segundo canal.

Façam como a escritora Alice Vieira, a radialista Isilda Sanches, os Professores e cineastas Lauro António e João Mário Grilo ou o homem do som em Portugal Vasco Pimentel: assinem!



"Ó miúdo, desliga o televisor que não está a dar nada de jeito!"

domingo, 12 de setembro de 2010

Nova trilha (XX): Taylor e Palma

Lili Taylor em "The Addiction" (1995) de Abel Ferrara


(Mil desculpas pela qualidade do vídeo, mas não encontro melhor...)

A dolorosa evolução do POV close-up shot ou como este se "desengraçou"

"As Seen Through a Telescope" (1900) de George Albert Smith

"Lebanon" (2009) de Samuel Maoz

(Um obrigado ao meu amigo, "zero à esquerda", David Barros por esta delirante sugestão.)

O filme do ano (X)


Eis a mais recente entrevista a John Carpenter. O entrevistador obriga Carpenter a repetir muitas das respostas que já havia dado à icon vs. icon. A sensação de déjà vu é quase inevitável, salvo sobretudo nas muito significativas primeiras respostas. Carpenter fala da vantagem de filmar num espaço "confinado" - ao seu estilo! - e nega que este projecto tenha o forte subtexto político que alguns dos melhores filmes de Carpenter nos presentearam.

Um trivia delicioso: o projecto "L.A. Ghotic" - vários vezes anunciado como o próximo de Carpenter - sofreu uma alteração no título, chamando-se neste momento "John Carpenter's Hollywood". "which I find funny. [Laughs.] We're working on the screenplay, developing it. It's coming right along, and I love working with the two writers I'm working with. It's fun."

(Obrigado de novo ao Tiago Costa pela dica.)

sábado, 11 de setembro de 2010

Programação de cinema na RTP2 (XX)

TREZENTOS E UM

Não, este não é um post sobre uma eventual sequela do famigerado filme de Zack Snyder. É, antes, o número de subscritores que já assinaram a nossa petição. Um obrigado enorme a todos pela rápida resposta a esta causa que (obrigatoriamente) nos toca a todos.

Agora é continuar a assinar, que ainda estamos longe do nosso objectivo - não nos podemos satisfazer com centenas, quando precisamos de milhares!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Nova trilha (XIX): Wood e The National

Natalie Wood (e Warren Beatty) em "Splendor in the Grass" (1961) de Elia Kazan


[Sorrow found me when I was young/Sorrow waited, sorrow won/Sorrow they put me on the pill/ (...) don't leave my hyper heart alone (...)/ I don't want to get over you (...)]

Programação de cinema na RTP2 (XIX)

Belo pretexto este - da petição* - para falarmos um pouco sobre Cinema. (A sugestão é da autoria do Miguel Domingues.)

*- Estamos com 170 assinaturas, mas precisamos de mais. Assine!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Programação de cinema na RTP2 (XVIII)

CENTO E QUARENTA E CINCO


A petição corre a bom ritmo, com a subscrição de amigos, amigos de amigos e de algumas personalidades de grande relevo na sociedade portuguesa, das quais destacamos: João Mário Grilo, Adriano Duarte Rodrigues, Arsélio de Almeida Martins e Fernando Cabral Martins. Hoje, recebemos a assinatura de Rui Cádima.

Agradecemos a rápida resposta que nos estão a dar. Falta é chegarmos a números significativos, para o universo RTP, para o universo nacional...

Atenção, sob pena de anulação, é fundamental que a assinatura esteja completa, com acentos* e que seja confirmada a partir do vosso endereço electrónico. Simples e rápido.

*- Como bem me lembra a Sara Campino, alguns subscritores encontram-se fora do país; logo, escrevem-nos em teclados sem acentos. Um obrigado a todos eles pelo esforço acrescido.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A petição já está operacional

CEM


Vamos assinar, minha gente!

A peticaopublica.com apresentou as suas desculpas pelo "erro" cometido. Nós agradecemos, ainda assim, o seu rápido reparo.

Actualização: não se esqueçam de assinar com nome COMPLETO e, muito importante, de fazer a confirmação da assinatura, clicando em link que vos será enviado para o mail concedido (que poderá ser "privado").

Petição com problema técnico

Um problema de ordem técnica está a impedir a entrada de mais assinaturas na nossa petição.

Ele já está a ser resolvido. Mal fique tudo de novo operacional, comunicar-vos-ei aqui e nos outros espaços da petição.

Peço desculpa pelo incómodo.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Programação de cinema na RTP2 (XVII): jovens e menos jovens em marcha

SETENTA


Chegámos aos 70 subscritores em cerca de 24 horas, destacando-se estes nomes. É bom e agradeço a todos, mas precisamos de mais para chegarmos a algum lado. Vamos lá blogosfera/sociedade civil, sai do casulo!


Actualização: Não se esqueçam de assinar nome COMPLETO.

Talk shows desportivos (II): a selvajaria intelectual ou o reino das "trêvas"

Este foi o estado em que ficou o meu televisor - ou o da minha avó? - depois do berro do cirurgião

Já escrevi sobre este fenómeno extraoardinário que são (alguns) talk shows desportivos, que se multiplicam na televisão portuguesa como cogumelos. Quando pensava que o modelo "Donos da Bola" tinha sido totalmente abandonado, porque o barulho era ensurdecedor e, provavelmente, mais substancial que as palavras que inanes comentadores proferiam, sou confrontado com o esplendoroso regresso do berrómetro ao espectáculo televisivo nacional.

Quanto mais berram, mais audiências têm? Não sei, mas arrisco num sim, face à passividade galhofeira do moderador - mas eu escrevi jornalista? ah não, ufa... Como diz o doutor Ricardo Sá Fernandes, isto só pode mesmo estar a acontecer debaixo de um "reino das trÊvas".

domingo, 5 de setembro de 2010

Programação de cinema na RTP2 (XVI): uma petição que já marcha!

"Ganhar a Vida" (2001) de João Canijo (embora com "la pétition", c'um raio!)


A luta começa aqui e agora.

Mais informações no blogue da petição e na inevitável página do Facebook.

Caro Correios de Charles Bukowski


Sei que no dia 31 de Julho andaste de comboio, carreira 23, lugar 88. Terás partido da estação do Oriente às oito e trinta e nove e ias no sentido de Pombal. Deixaram o bilhete do comboio na tua página número 140, onde se lê Chinaski, o alter-ego do escritor Charles Bukowski, a dissertar sobre a sorte que os funerais lhe dão nas apostas das corridas de cavalos. Lê-se no início dessa página que os funerais "[f]aziam-nos ver melhor as coisas. Um funeral por dia e tornava-me rico".

Aquele olhar

"Bonjour Tristesse" (1958) de Otto Preminger

"La prima notte di quiete"/"Outono Escaldante" (1972) de Valerio Zurlini

(É oficial: eu sou uma besta. Disse que Preminger era o realizador das mulheres bonitas e depois levei com uma chapadona do Zurlini, um dos maiores realizadores que conheço do século passado - e, quase de certeza, o melhor italiano pós-neo-realismo. Ele é, obviamente, "o" realizador das mulheres bonitas. É comparar Sonia Petrovna a Eleonora Rossi Drago ou a Claudia Cardinale e passar noites em claro a tentar apurar, com algum grau de "cientificidade", qual a mais perfeita! E, já agora, façam o mesmo com os filmes que protagonizam. Ninguém, ninguém, sem ser o Zurlini, poderia filmar esta cena e conseguir aprimorá-la, depois, aqui.)

sábado, 4 de setembro de 2010

Irène (2009) de Alain Cavalier


Irène, sempre exigiste tudo de mim e eu só exigia a tua presença. Que filme belo e triste, este que se projecta (de dentro do cineasta para dentro de nós) nas salas portuguesas. Entre o poema elegíaco ao amor por uma mulher - que chora de mansinho a sua inelutável ausência física - e o muito pessoal processo, ritualizante e terapêutico, de exorcismo de uma memória trágica através da câmara, extensão do braço de Cavalier? Não, extensão do seu coração perfurado pela imagem de Irène - aquela que o realizador, que o homem..., preservou VIVA na sua cabeça. O fetiche da câmara ou a câmara fetichista?

Momento quase lôbrego: Cavalier fala para o espelho, câmara em punho, referindo-se a Irène, mas ela obviamente não pode estar lá. A quem se dirige Cavalier, para além de si mesmo? A pergunta podia ser feita também a Robert Frank quando realizou o magnífico - e corajoso - "Home Improvements": filmar o buraco interior - como a melancia e o ovo -, exteriorizá-lo, dessacralizá-lo mostrando-o, despido, ao mundo é o que nos leva a apelidar esses filmes de autobiográficos, mas também de heterobiográficos - porque essa nudez, essa... verdade?, pode tocar, beliscar mesmo, o íntimo de qualquer espectador.

A câmara, estava a dizer, parece exorcizar - parir - uma memória dura, despertando o espectador para as suas mais insondáveis propriedades ancestrais, mágicas, autenticamente mediúnicas. Cavalier, como Frank, recusa a plástica distractiva, a decoração narrativa balofa do cinema tradicional (narrativo? não, não há nada mais narrativo do que isto...), e vira o objecto-filme para si mesmo, nomeadamente através daquele espelho que nos devolve a sua imagem mas, mais do que tudo, nos faz interrogar sobre um cinema levando ao limite a possibilidade de uma desintermediação. O Cinema esfuma-se e, ao mesmo tempo, engrandece-se.

(Alguém edite isto cá, já!)

O aftermath casapiano


Dois condenados do caso Casa Pia dão conferências de imprensa no Hotel Altis. E não digo mais nada.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Mourinha, the special one

Eu não tenho nada em particular contra o senhor Jorge Mourinha, mas tenho de deixar aqui uma pequena observação enquanto leitor desde muito pequeno do jornal Público e da sua crítica cinematográfica - que globalmente sempre tive como a melhor do país.

Que o senhor goste de "Stardust", o último "Predator", "Salt" e dê praticamente três ou quatro estrelas a tudo o que é filme de acção mais ou menos espectacular com actor ou actriz da sua predilecção tudo bem, mas nas páginas deste jornal aparece como algo TOTALMENTE deslocado.

Relembro que Mourinha veio substituir a Kathleen Gomes, um crítico capaz de pôr em sentido, em matéria de exigência, qualquer um dos seus pares. O Público sempre se pautou por exigência e uma crítica que consegue ir além da mais epidérmica reacção. Mourinha é um crítico informado, "profissional" e não escreve tão mal como muitos dizem, mas não está na publicação certa. Isto é tão evidente quantas as vezes que olhamos para a tabela das estrelas e as vemos tremendamente inflacionadas na sua coluna.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O filme do ano (IX)

Está confirmado que não será Carpenter a assinar a banda sonora de "The Ward". Nas palavras do próprio, retiradas da sua mais recente entrevista, "I decided when I came back what I will and won’t do. I won’t do the music anymore, I can’t do it. I am burned out on that. On my last film, before the one that is coming out now, ‘Ghosts of Mars,’ there is a behind-the-scenes deal. There are shots of me on the set that I looked at and those shots are after the music mix, after I had gone through it and I was a zombie."

A entrevista conta com outros momentos muito interessantes, que revelam um Carpenter mais amadurecido - a "velhice" é assunto recorrente - e (ainda mais) desiludido com Hollywood. Cito em baixo as que são, para mim, as passagens mais significativas (ilustradas pelas melhores fotos da rodagem de "The Ward", recentemente publicadas aqui).

What was the reason behind that hiatus?

Burned out! That’s it. I thought “I can’t take this anymore. I don’t want to do this anymore.” I kinda had a bug when my last movie tanked pretty big time. I thought to myself “Why am I doing this. I am killing myself with this.”

(...)

You have been so hands-on with all of your films. Is there a part of the film-making process that you prefer?

Being on set. I live for that.

(...)

Another project that you are attached to is ‘Fangland.’ Can you talk a little bit about that?

It is a novel that has been turned into a script and we are still trying to get a good screenplay out of it.

How did you first cross paths with that project?

Somebody at the office said “Would you like to do this?” I read it and I thought it had a very interesting idea. So, now we will just have to see if we can get it there.

Originally the script had been described as a modernized version of ‘Dracula.’ Right now, vampires are all the rage and you have tangled with the undead before. Maybe this is a little premature but, what is your vision for the film?

Well, it is not about a vampire. We’re changing that. Vampire movies always work. They are always fun but they are a little over-saturated right now.

Another one is ‘L.A. Gothic’ …

Which has undergone a title change. I actually have a copy of the script which I am supposed to read this weekend and we will see where we go from there.

Horror is a lot different than it used to be. What are your thoughts on the current state of that genre?

Horror is always the same. It just changes with the culture and changes with the technology. The stories are always the same. There are just two basic stories in horror, two simple ones — evil is outside and evil is in here [pointing to his heart]. That is basically it. There are a lot of good horror movies being made right now, there have been a lot of good movies that have been made, and a lot more probably will be made.

3D and remakes are two subjects that I am sure you get asked about all the time. As a director/creator, do you think that these are signs that the Hollywood machine is running low on original ideas and do you think fans will eventually look to alternative mediums for their entertainment?

Hollywood already ran out of original ideas years ago, except for a very few films that come along that try something new. A lot of the stuff that they program is not new anymore. 3D is another way that the technology has evolved. Look at when the original ‘Toy Story’ came out. That was a huge step in storytelling. 3D has evolved in that same way. Personally, I don’t really know. I know one guy in Hollywood, Jeffery Katzenberg, says that soon every movie will be made in 3D. I don’t believe it. I went through the first 3D craze, I was there! I wore those glasses and I remember it! It died!

What are your thoughts on remakes, as a director who has directed a remake and had a few of his films remade?

It is the tradition of Hollywood. It has been done a lot. They remade ‘The Maltese Falcon’ four or five times. They remade ‘A Star Is Born’ … and they will be doing that again. Nowadays, for genre movies, it is so difficult to advertise for films, there is so much clutter, so many advertisements and so many people wanting your dollar that producers and studios try to cut through all of that with something that you will recognize. A title that maybe you heard of when you were young or your siblings watched it or you have heard of it but haven’t seen it, they cut through with it a new version. So, it can penetrate this almost impenetrable wall of attracting people and getting them into a theater. All of this stuff is about commerce. All about commerce. It is all about money. You see these sequels being made and people line up to see them. If no one went to see them, they wouldn’t be making them!

Are there any young directors out there that really make you stand up and take notice of their work?

Lots and lots. I like David Fincher’s work a lot. I think he is very talented. He is REALLY good!

(...)

What is the best piece of advice that someone has given you along the way in your career?

It was probably from my dad. He said “Opportunity will come, just be ready for it.”

What about the flip-side of that question? What advice would you give to someone just starting out in this new age of film making?

You have a lot of advantages that I didn’t have. You can actually go to film school without actually going, by buying movies on DVD and watching the special features and interviews with directors where you can see what they did behind-the-scenes. You can really see how it works. You have equipment and technology now that allows you to make a film, cut it yourself with computers and show it. All that is stopping you, at this point, is you. The two of you can go out and make a movie starting today if you want to.

(...)

Any other projects that your fans should be aware of?

I have a couple different things in development. I have a movie called ‘The Prince,’ which I am really happy about. It is not really a horror film, it is more of an action film. Hopefully, I will get that going. I am ambivalent about work. I will do it if it comes along. I don’t like to get up too early in the morning! [laughs] But I am getting close to the age where I can just say [with his arms outstretched and middle fingers in the air] “Fuck this! Goodbye!” and kick back! [laughs] Every time that the NBA starts its season, I get less and less interested. I am more interested in basketball! I am a basketball addict!

Do you have any last words for you fans before we let you go?

Simply, thanks for the memories.


(Obrigado ao Tiago Costa pela dica.)

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