(ver parte I)
Para além do uso mínimo do campo-contra-campo e a defesa clássica da invisibilidade da câmara, outro elemento fundamental desta “justa medida premingeriana” é o plano americano, visto como espaço médio entre o plano geral e o grande plano; nas palavras de João Mário Grilo (1994), entre a clareza descritiva e enumerativa do primeiro e a expressividade nominativa e a grandeza emocional do segundo. Por outro lado, a montagem de "Angel Face" caracteriza-se por uma quase total ausência de artifícios, alguns deles, típicos do noir (voz-off e flashback), e um raccord preciso e, sobretudo, necessário. Otto Preminger, conhecido pelos seus longos takes, só possíveis graças a um domínio completo sobre o espaço, vê no acto do corte a violência superlativa do cinema; expressão de um dos grandes paradoxos da Sétima Arte: o que liga os planos entre si é, ao mesmo tempo, aquilo que os cinde.
Também parece haver aqui uma tentativa de aproximação ao teatro, onde o olhar do espectador é livre, total e contínuo. Preminger na primeira pessoa: “Se fosse possível, eu faria todo um filme num plano, porque acredito que cada corte, não importa quão cuidadoso ele seja feito, é perturbador. Nós podemos enfatizar alguma coisa com o corte (o corte é também uma forma de destacar alguma coisa), caso contrário cada corte é feito apenas porque não se consegue contar uma coisa num só plano“ (Sarris, 1971).
David Bordwell (2005) concretiza estas ideias, quando afirma que a duração média de cada plano de "Angel Face" é de 16 segundos, bem mais do que os 9 a 11 segundos que constituíam o mesmo valor médio para a maioria dos filmes norte-americanos produzidos entre 1940 e 1950. Para além dos longos planos das alegações finais, destacamos aquele em que Diane se mostra arrependida de ter morto a sua madrasta e revela o lado mais íntimo do ódio que a levou ao homicídio – e o jogo perverso que fazia quando era criança, “If Catherine were dead”… Em 1.27 minutos, torna-se de novo visível o paradigma de um gesto: a câmara, quase imóvel, começa por filmar em plano americano, mas passa a grande plano, não por acção própria, mas devido à aproximação de Diane. Acontece o mesmo na cena das alegações finais e no primeiro encontro entre os protagonistas: a câmara relaciona-se com o espaço como se fosse uma personagem; ou melhor, é tanto um objecto de desejo (quando os corpos se aproximam dela) como um instrumento de procura (quando é ela que se aproxima dos corpos). Ora, o corte interrompe esta possibilidade quase lírica do acto de filmar.
Por isso, parece-nos que, em "Angel Face", Otto Preminger procura mascarar muitos dos seus cortes com encadeados – 30 ao todo, segundo Lippe – que justapõem as imagens entre si, sugerindo uma maior “continuidade no fluxo de ideias e da linha narrativa”, e com um efeito típico no seu cinema: no mesmo enquadramento, assistimos à passagem, por fusão, da noite para o dia (uma solução visual semelhante é aplicada com ainda mais sofisticação, isto é, sem corte visível, num magnífico noir que realizou em 1950, "Where the Sidewalk Ends").
Para alguns críticos, a paixão de Preminger por “julgamentos justos”, filmados em contínuo e (quase) sem truques, põe o espectador no lugar do jurado: divididos mais ou menos uniformemente entre personagens “não planas”, os elementos de identificação tornam-se parcos, porque dispersos. O detachment de Preminger pode converter-se numa exigência de detachment para o próprio espectador. Por exemplo, nunca chegamos a compreender muito bem as razões que levam Diane, personagem quase impenetrável, a odiar tanto a sua madrasta. Contudo, pensamos que o enigma irresolúvel e obcecante da sua mente é fundamental à construção dramática de "Angel Face", uma vez que torna a relação entre a câmara de Preminger e a sua musa angelical numa espécie de exorcismo cinematográfico. Por outras palavras, quanto mais a câmara filma Diane, mais a sua mente se desvenda e contamina a mise en scène, abrindo caminho a uma “subjectivização do espaço” (Grilo, 1997). Mesmo depois de mortos, Catherine e Charles continuam a habitar a mente de Diane e, por correspondência, a grande mansão Tremayne, as suas divisões e objectos.
Prova disso é a fabulosa sequência em que Diane vagueia, mergulhada numa “solidão não solitária”, pelas divisões da casa. No seu quarto, vemos uma fotografia de Charles colocada, de frente para a câmara, sobre um piano que já de nada vale tocar, porque também a música, nesta altura, ganhou “vida própria”. O “plano-emblema” que Preminger faz da imagem do morto, acto profano, quase necrófilo, lembra "Laura". No grande corredor, o predomínio da low key light faz elevar, sobre o branco obscurecido das paredes, sombras abissais que envolvem – e esmagam – o corpo de Diane. Preminger usa um longo plano geral que sugere impotência e enfatiza a pequenez da protagonista. O passeio de Diane prolonga-se, sem planos subjectivos, até aos quartos vazios, habitados por memórias, da madrasta e do pai. Neste último, Diane pega numa peça de xadrez, recordando-se dos jogos que fazia com o homem que amava e que, involuntariamente, matou.
A partir daqui, o simbolismo dos objectos torna-se fatal: o círculo diegético de "Angel Face" começa a fechar-se. O carro que, lá fora, Diane não vê e o casaco desportivo de Frank que esta veste servem de prenúncio ao desfecho brutal do filme. Em suma, usando as palavras de Edgar Morin (1997), através da mise en scène, “os objectos adquirem alma e vida. No seio do realismo, nasce um animismo”.
Mas também os olhos e o cabelo de Jean Simmons e, acima de tudo, as mãos de Robert Mitchum são objecto da pulsão fetichista da câmara de Otto Preminger. Essas mãos, um dos principais leitmotivs do filme, são usadas por Frank como instrumentos de afirmação da sua masculinidade (tantas vezes desafiada ao longo do filme). Logo nos primeiros minutos, ele aplica-as violentamente na face de Diane, e esta, em contra-campo, retribuiu com um estalo ainda maior – “sexo e possessão”, dois dos principais temas do filme, estão aqui enquadrados em apenas dois planos. Noutra cena, Frank usa comicamente a mão para manipular o rosto de Mary, numa tentativa (sem sucesso) de a levar a jantar fora. Mais à frente, num plano subjectivo (sobre o ombro), Frank lança a mão ao “rosto de anjo” de Diane, domando-a como se fosse uma cobra. Com esse gesto, Frank recupera a ascendência sobre a relação (e o próprio filme). Mas o que diz anuncia, subtilmente, mais uma viragem: “I’ve got a par of hands, not much else”.
Minutos depois, Diane beija Frank, sai do quarto e, próximo dos contrafortes da casa, ensaia a morte da sua madrasta, mas não só: o maço de cigarros que lança falésia abaixo representa Catherine, Charles, Frank e ela mesma num carro. É na última sequência de "Angel Face" que essas imagens – captadas por um dos poucos planos picados de todo o filme – atingem o auge do seu simbolismo – um presságio encadeado num outro ainda mais terrível.
Os instantes finais de "Angel Face" vêm acentuar o lado simétrico da narrativa: dois homens falidos deixam-se guiar tragicamente por duas mulheres dominadoras, que lhes roubaram a inspiração e o amor de que dependiam para viver… As duas cenas merecem um tratamento quase idêntico: Preminger usa, excepcionalmente, o poder dramático e perturbador do corte para pôr dentro de campo aquilo que permanece durante quase toda a duração de Angel Face fora de campo: a morte.
A ideia de “regresso”, que estava antes mais directamente associada à noção de espaço (as divisões da casa, os objectos, os gestos e os corpos), adquire naquelas imagens do carro a rolar outra vez pelo declive toda uma dimensão temporal, que tem no automóvel a sua metáfora. Como diz João Mário Grilo, “ao arrancar para trás (no espaço), o carro avança, na realidade, para a frente (no tempo), saltando para uma outra dimensão, num mergulho desesperado, para uma temporalidade cósmica, brutal e concreta, onde o futuro (a queda e a morte) de Frank e Diane se confunde com o seu próprio passado (a morte do pai e da madrasta)”. Toda esta construção narrativa em círculo encontra o seu desfecho ideal na cena do taxista que, estacionado à frente da mansão Tremayne, chama por um morto. O táxi chega minutos depois de Simmons conduzir Mitchum ao abismo, tal como esteve quase para ser outra a ambulância que respondeu à chamada de Charles no começo do filme.
Bibliografia (II):
BORDWELL, David, Figures Traced in light: on cinematic staging, Berkeley, University of California Press, 2005, pp. 150;
GRILO, João Mário, «Figuras americanas da culpa no cinema de Otto Preminger», Comunicação e Linguagens, Dez. de 1994, pp. 221-229;
LIPPE, Richard, «At the Margins of Film Noir: Preminger’s Angel Face», in SILVER e URSINI (ed.), Nova Iorque, Limielight Editions, pp.161-175;
MAYERSBERG, Paul, «From Laura to Angel Face», Movie, Set. De 1979, pp. 14-16;
MORIN, Edgar, O Cinema ou o Homem Imaginário, Lisboa, Relógio D’Água, 1997;
SARRIS, Andrew et al., «Otto Preminger» in SARRIS (ed.), Hollywood Voices: Interviews with Film Directors, Londres, Secker & Warbur, 1971, pp. 69-84.
Para além do uso mínimo do campo-contra-campo e a defesa clássica da invisibilidade da câmara, outro elemento fundamental desta “justa medida premingeriana” é o plano americano, visto como espaço médio entre o plano geral e o grande plano; nas palavras de João Mário Grilo (1994), entre a clareza descritiva e enumerativa do primeiro e a expressividade nominativa e a grandeza emocional do segundo. Por outro lado, a montagem de "Angel Face" caracteriza-se por uma quase total ausência de artifícios, alguns deles, típicos do noir (voz-off e flashback), e um raccord preciso e, sobretudo, necessário. Otto Preminger, conhecido pelos seus longos takes, só possíveis graças a um domínio completo sobre o espaço, vê no acto do corte a violência superlativa do cinema; expressão de um dos grandes paradoxos da Sétima Arte: o que liga os planos entre si é, ao mesmo tempo, aquilo que os cinde.
Também parece haver aqui uma tentativa de aproximação ao teatro, onde o olhar do espectador é livre, total e contínuo. Preminger na primeira pessoa: “Se fosse possível, eu faria todo um filme num plano, porque acredito que cada corte, não importa quão cuidadoso ele seja feito, é perturbador. Nós podemos enfatizar alguma coisa com o corte (o corte é também uma forma de destacar alguma coisa), caso contrário cada corte é feito apenas porque não se consegue contar uma coisa num só plano“ (Sarris, 1971).
David Bordwell (2005) concretiza estas ideias, quando afirma que a duração média de cada plano de "Angel Face" é de 16 segundos, bem mais do que os 9 a 11 segundos que constituíam o mesmo valor médio para a maioria dos filmes norte-americanos produzidos entre 1940 e 1950. Para além dos longos planos das alegações finais, destacamos aquele em que Diane se mostra arrependida de ter morto a sua madrasta e revela o lado mais íntimo do ódio que a levou ao homicídio – e o jogo perverso que fazia quando era criança, “If Catherine were dead”… Em 1.27 minutos, torna-se de novo visível o paradigma de um gesto: a câmara, quase imóvel, começa por filmar em plano americano, mas passa a grande plano, não por acção própria, mas devido à aproximação de Diane. Acontece o mesmo na cena das alegações finais e no primeiro encontro entre os protagonistas: a câmara relaciona-se com o espaço como se fosse uma personagem; ou melhor, é tanto um objecto de desejo (quando os corpos se aproximam dela) como um instrumento de procura (quando é ela que se aproxima dos corpos). Ora, o corte interrompe esta possibilidade quase lírica do acto de filmar.
Por isso, parece-nos que, em "Angel Face", Otto Preminger procura mascarar muitos dos seus cortes com encadeados – 30 ao todo, segundo Lippe – que justapõem as imagens entre si, sugerindo uma maior “continuidade no fluxo de ideias e da linha narrativa”, e com um efeito típico no seu cinema: no mesmo enquadramento, assistimos à passagem, por fusão, da noite para o dia (uma solução visual semelhante é aplicada com ainda mais sofisticação, isto é, sem corte visível, num magnífico noir que realizou em 1950, "Where the Sidewalk Ends").
Para alguns críticos, a paixão de Preminger por “julgamentos justos”, filmados em contínuo e (quase) sem truques, põe o espectador no lugar do jurado: divididos mais ou menos uniformemente entre personagens “não planas”, os elementos de identificação tornam-se parcos, porque dispersos. O detachment de Preminger pode converter-se numa exigência de detachment para o próprio espectador. Por exemplo, nunca chegamos a compreender muito bem as razões que levam Diane, personagem quase impenetrável, a odiar tanto a sua madrasta. Contudo, pensamos que o enigma irresolúvel e obcecante da sua mente é fundamental à construção dramática de "Angel Face", uma vez que torna a relação entre a câmara de Preminger e a sua musa angelical numa espécie de exorcismo cinematográfico. Por outras palavras, quanto mais a câmara filma Diane, mais a sua mente se desvenda e contamina a mise en scène, abrindo caminho a uma “subjectivização do espaço” (Grilo, 1997). Mesmo depois de mortos, Catherine e Charles continuam a habitar a mente de Diane e, por correspondência, a grande mansão Tremayne, as suas divisões e objectos.
Prova disso é a fabulosa sequência em que Diane vagueia, mergulhada numa “solidão não solitária”, pelas divisões da casa. No seu quarto, vemos uma fotografia de Charles colocada, de frente para a câmara, sobre um piano que já de nada vale tocar, porque também a música, nesta altura, ganhou “vida própria”. O “plano-emblema” que Preminger faz da imagem do morto, acto profano, quase necrófilo, lembra "Laura". No grande corredor, o predomínio da low key light faz elevar, sobre o branco obscurecido das paredes, sombras abissais que envolvem – e esmagam – o corpo de Diane. Preminger usa um longo plano geral que sugere impotência e enfatiza a pequenez da protagonista. O passeio de Diane prolonga-se, sem planos subjectivos, até aos quartos vazios, habitados por memórias, da madrasta e do pai. Neste último, Diane pega numa peça de xadrez, recordando-se dos jogos que fazia com o homem que amava e que, involuntariamente, matou.
A partir daqui, o simbolismo dos objectos torna-se fatal: o círculo diegético de "Angel Face" começa a fechar-se. O carro que, lá fora, Diane não vê e o casaco desportivo de Frank que esta veste servem de prenúncio ao desfecho brutal do filme. Em suma, usando as palavras de Edgar Morin (1997), através da mise en scène, “os objectos adquirem alma e vida. No seio do realismo, nasce um animismo”.
Mas também os olhos e o cabelo de Jean Simmons e, acima de tudo, as mãos de Robert Mitchum são objecto da pulsão fetichista da câmara de Otto Preminger. Essas mãos, um dos principais leitmotivs do filme, são usadas por Frank como instrumentos de afirmação da sua masculinidade (tantas vezes desafiada ao longo do filme). Logo nos primeiros minutos, ele aplica-as violentamente na face de Diane, e esta, em contra-campo, retribuiu com um estalo ainda maior – “sexo e possessão”, dois dos principais temas do filme, estão aqui enquadrados em apenas dois planos. Noutra cena, Frank usa comicamente a mão para manipular o rosto de Mary, numa tentativa (sem sucesso) de a levar a jantar fora. Mais à frente, num plano subjectivo (sobre o ombro), Frank lança a mão ao “rosto de anjo” de Diane, domando-a como se fosse uma cobra. Com esse gesto, Frank recupera a ascendência sobre a relação (e o próprio filme). Mas o que diz anuncia, subtilmente, mais uma viragem: “I’ve got a par of hands, not much else”.
Minutos depois, Diane beija Frank, sai do quarto e, próximo dos contrafortes da casa, ensaia a morte da sua madrasta, mas não só: o maço de cigarros que lança falésia abaixo representa Catherine, Charles, Frank e ela mesma num carro. É na última sequência de "Angel Face" que essas imagens – captadas por um dos poucos planos picados de todo o filme – atingem o auge do seu simbolismo – um presságio encadeado num outro ainda mais terrível.
Os instantes finais de "Angel Face" vêm acentuar o lado simétrico da narrativa: dois homens falidos deixam-se guiar tragicamente por duas mulheres dominadoras, que lhes roubaram a inspiração e o amor de que dependiam para viver… As duas cenas merecem um tratamento quase idêntico: Preminger usa, excepcionalmente, o poder dramático e perturbador do corte para pôr dentro de campo aquilo que permanece durante quase toda a duração de Angel Face fora de campo: a morte.
A ideia de “regresso”, que estava antes mais directamente associada à noção de espaço (as divisões da casa, os objectos, os gestos e os corpos), adquire naquelas imagens do carro a rolar outra vez pelo declive toda uma dimensão temporal, que tem no automóvel a sua metáfora. Como diz João Mário Grilo, “ao arrancar para trás (no espaço), o carro avança, na realidade, para a frente (no tempo), saltando para uma outra dimensão, num mergulho desesperado, para uma temporalidade cósmica, brutal e concreta, onde o futuro (a queda e a morte) de Frank e Diane se confunde com o seu próprio passado (a morte do pai e da madrasta)”. Toda esta construção narrativa em círculo encontra o seu desfecho ideal na cena do taxista que, estacionado à frente da mansão Tremayne, chama por um morto. O táxi chega minutos depois de Simmons conduzir Mitchum ao abismo, tal como esteve quase para ser outra a ambulância que respondeu à chamada de Charles no começo do filme.
Bibliografia (II):
BORDWELL, David, Figures Traced in light: on cinematic staging, Berkeley, University of California Press, 2005, pp. 150;
GRILO, João Mário, «Figuras americanas da culpa no cinema de Otto Preminger», Comunicação e Linguagens, Dez. de 1994, pp. 221-229;
LIPPE, Richard, «At the Margins of Film Noir: Preminger’s Angel Face», in SILVER e URSINI (ed.), Nova Iorque, Limielight Editions, pp.161-175;
MAYERSBERG, Paul, «From Laura to Angel Face», Movie, Set. De 1979, pp. 14-16;
MORIN, Edgar, O Cinema ou o Homem Imaginário, Lisboa, Relógio D’Água, 1997;
SARRIS, Andrew et al., «Otto Preminger» in SARRIS (ed.), Hollywood Voices: Interviews with Film Directors, Londres, Secker & Warbur, 1971, pp. 69-84.
1 comentário:
ANGEL FACE ( ALMA EM PÂNICO/EUA, 1952 )é um brilhante exemplar do filme noir, com atuação perfeita de Jean Simmons e Robert Mitchum. O filme contém o final mais trágico não só do universo noir mais talvez de todo o cinema- até mesmo pelo seu caráter imprevisto, como muito bem analisou o historiador de cinema A.C.Gomes de Mattos em livro " O Outro Lado da Noite: Filme Noir ". Assim como em sua obra-prima " Laura " ( 1944 ), Otto Preminger mais uma vez adicionou elementos novos ao gênero, reinventando a linguagem do filme policial. ( FRANCA-SP )
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