sexta-feira, 10 de abril de 2009

Cannes 2009: a Palma que falta dar e as outras (I)

Por muito que se possa discordar desta ou daquela escolha, não há dúvida que o Festival de Cannes continua a ser "o" grande evento dedicado à Sétima Arte. Com a decadência do Festival de Berlim e mais recentemente do Festival de Veneza, a edição deste ano de Cannes tem tudo para reforçar a sua posição dominadora na formação das principais tendências de futuro na arte cinematográfica e voltar a notabilizar-se como palco privilegiado para a descoberta ou redescoberta dos grandes auteurs do cinema mundial.

Entre 13 e 24 de Maio, espera-se que a Croisette receba as maiores estrelas de Hollywood e, entre elas e fora delas, um leque forte de concorrentes, sobretudo, na competição oficial e na cada vez mais forte Quinzena dos Realizadores. O ano passado foi Sean Penn quem presidiu ao júri da competição e que atribuiu o prémio máximo a um homem da casa, Laurent Cantet ("Entre les murs"), o que não acontecia desde 1987, ano da (controversa) consagração de Maurice Pialat por "Sous le soliel de Satan".

Não se sabe muito sobre a próxima edição do certame, mas já foi noticiado que Isabelle Hupert irá ser a quarta mulher na história de todo o festival a sentar-se no lugar de presidente do júri e que, para espanto de muita gente, o festival irá abrir, pela primeira vez na sua história, com um filme de animação: "Up", obra da Disney e da Pixar realizada por Pete Docter e Bob Peterson.

Também já está confirmada a presença do último filme de Tarantino, "Inglorious Basterds". Ele que ganhou uma Palma de Ouro há 15 anos por "Pulp Fiction" e não esteve longe de repetir o feito em 2007 com "Death Proof". Ele que presidiu ao júri no ano em que Michael Moore ergueu a Palma graças a "Farenheit 9/11" (2004) - e George W. Bush, dizem as más línguas, esteve a um palmo de ganhar o prémio de melhor interpretação.

Veremos até que ponto Isabelle Hupert será imparcial na avaliação de "Inglorious Basterds": a actriz francesa esteve para entrar no filme, mas acabou por ser despedida devido ao desinteresse demonstrado pelo projecto. Lars von Trier, outro habitué do certame, deverá ter um lugar assegurado para exibir o seu último filme, "Antichrist", história de horror com Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg (filha de Serge Gainsbourg) nos principais papéis.

Aqui no CINEdrio iremos tentar acompanhar todas as principais notícias relativas à programação do festival. Até ao dia de abertura desafiamos os nossos visitantes a responderem a uma pergunta: qual a Palma de Ouro mais acertada dos últimos 8 anos? As opções são: "Entre les murs" (2008) de Laurent Cantet; "4 luni, 3 saptamâni si 2 zile" (2007) de Cristian Mungiu; "The Wind that Shakes the Barley" (2006) de Ken Loach; "L'Enfant" (2005) de Luc e Jean-Pierre Dardenne; "Farenheit 9/11" (2004) de Michael Moore; "Elephant" (2003) de Gus Van Sant; "The Pianist" (2002) de Roman Polanski; e "La stanza del figlio" (2001) de Nanni Moretti. Na coluna à direita, poderão exercer o vosso direito de voto. A sondagem termina, precisamente, no dia 13 de Maio.

4 comentários:

H. disse...

Indecisa entre o Van Sant e o Mungiu (apesar de ter gostado de todos os outros), optei pelo Elephant, pelo ponto de viragem marcou na obra do autor.

Ivo disse...

Concordo que Cannes continua a ser a referência em festivais de cinema.

só uma pequena correcção: Lars Von Trier não ganhou duas palmas d' ouro; mas sim uma palma d'ouro por Dancer In The Dark e um "grand prix" por Breaking The Waves.

Abraço!

Luís Mendonça disse...

Epa, estava convencidíssimo que tinha ganho a Palma com o "Breaking the Waves". Mas, de facto, "só" ganhou o prémio do júri.

Obrigado pelo reparo!

LN disse...

Dardenne,de caras. O L'Enfant é Enorme, Enormerrimo.

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