Pelo menos até agora, terá passado despercebido à maior parte da comunicação social este aviso publicado em Diário da República no passado dia 23 de Outubro, que diz:
"Nos termos do disposto no n.o 2 do artigo 19 da Lei n.o 2/2004 de 15 de janeiro, alterada e republicada pela Lei n.o 64/2011, de 22 de dezembro, torna-se público que a CReSAP, entidade responsável pelo procedimento, vai proceder à abertura, pelo prazo de dez dias úteis a contar da presente publicação, do procedimento concursal n.o 213_CRE- SAP_144_09/13 de recrutamento e seleção do cargo de Diretor da Cinemateca Portuguesa — Museu do Cinema, I. P. (...)"
O que nesse aviso se anuncia tem duplo interesse: primeiro, consubstancia o afastamento da direcção da Cinemateca Portuguesa, algo que interpreto como uma decorrência das declarações recentes do secretário de Estado da Cultura; segundo, pela primeira vez na história da instituição, e seguindo a recomendação que eu apontara aqui, a direcção da Cinemateca vai ser nomeada por "procedimento concursal" aberto "a todos os cidadãos nacionais, no uso dos seus direitos civis".
O concurso, administrado pela Comissão de Recrutamento e Seleção Para a Administração Pública (CReSAP), estabelece uma série de critérios de escolha, sendo que os modos de selecção incluem uma avaliação do currículo do candidato mais uma entrevista onde, e cito, se "Visa obter, através de uma relação interpessoal, informações sobre comportamentos profissionais diretamente relacionados com as competências consideradas essenciais para o exercício do cargo". Mais informações úteis podem ser consultadas aqui (concurso para o cargo de director) ou aqui (concurso para o cargo de subdirector).
A constituição do júri é já pública e as candidaturas serão aceites até 10 dias úteis desde a publicação do dito aviso em Diário da República. Assim, o prazo para envio das candidaturas deverá terminar no dia 5 de Novembro.
(Agradeço ao Samuel Andrade a divulgação desta informação nas redes sociais.)
Adenda (dia 1 de Novembro): O DN, reproduzindo uma notícia da Lusa, esclarece que o secretário de Estado da Cultura havia anunciado em audiência parlamentar, no passado dia 9 de Outubro, que iria abrir concurso público para todas as áreas que tutela. Apesar disto, e até na sequência das críticas que dirigiu à actual direcção no canal Q, permanece a dúvida quanto à constituição da futura direcção da Cinemateca. Isto porque o concurso público não impossibilita que os actuais directores concorram e, dado o seu vasto currículo na área (sobretudo do actual subdirector), é mais do que natural que não estejamos na presença de uma revolução nos comandos da Cinemateca Portuguesa.
A notícia indica como prazo de entrega da candidatura dia 6 e não 5 como referi, contando com o próprio dia do lançamento do concurso em Diário da República.
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