M. Night Shyamalan não tem meias medidas na leitura que faz das suas principais influências cinematográficas. Os papéis que o próprio, por regra, desempenha nos seus filmes são disso exemplo: a inspiração vem dos curtos, e habitualmente cómicos, cameos de Alfred Hitchcock, ainda assim, Shyamalan tem vindo a desempenhar papéis cada vez mais centrais na narrativa.
Em "Signs" e "Lady in the Water", o realizador ocupa vários minutos da acção a encarnar personagens em torno das quais gira o "sentimento do filme". Há quem diga que este é um dos mais evidentes sintomas do seu insanável narcisismo, mas também existem aqueles que defendem ser uma genuína apropriação dessa célebre marca autoral do realizador de "The Birds".
Quanto a nós, trata-se, em primeiro lugar, de uma opção formal consciente que vem acentuar uma certa estética home movie, cara ao realizador, que serve para moldar as suas alegorias fantásticas, altamente politizadas, sobre Deus e o Homem.
Em segundo lugar, é uma assinatura viva, orgânica, por vezes quase naive de tão melodramática, ainda que de grande coragem: afinal, Shyamalan aparece despido, perante o mundo, na sua desesperante procura pelas "grandes respostas"...
2 comentários:
Para mim elogiam ele em demasiado. Tudo bem que não sou fã do genero,e admito que o unico que me surpreendeu verdadeiramente foi O Sexto Sentido.
O seu talento imenso como cineasta, faz com que se lhe perdoe qualquer narcisismo. E o the Happening está a chegar...
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