Os filmes de Clint Eastwood, como os de Howard Hawks (mais do que John Ford, a meu ver), falam-nos muito de homens e das relações, fortes e inquebráveis, que entre eles se estabelecem. São exemplos de uma cumplicidade rara que não encontramos nas mulheres. O epítome disso é "Million Dollar Baby" (2004), em que temos essa ligação feita de aço que une Clint Eastwood (o treinador) a Morgan Freeman (o seu ajudante). É uma amizade que não se deixa desgastar com palavras. Os silêncios bastam. Muito Old school, portanto.
"Felipão" é teimoso e impulsivo, mas também tem um coração de manteiga. É o homem que levanta os punhos com a mesma facilidade com que verte uma lágrima só de ver os seus "meninos". A cumplicidade com os jogadores é total, mas a chave do sucesso também está na relação de enorme proximidade que tem com Murtosa, o treinador-adjunto. Reforçamos esta impressão num anúncio publicitário que por aí anda...
3 comentários:
scolari como personagem Hawksiano?:) é bem visto sim senhor:)
A "cumplicidade rara" também é possível entre mulheres. E a Thelma and Louise?
Sem dúvida, mas na Hollywood clássica a mulher é uma presença mais ornamental, que serve para mostrar o lado mole dos corações rijos dos heróis da época. A complexidade dramática das personagens masculinas é inegavelmente maior (salvo honrosas excepções).
Com o tempo, vieram filmes como "Thelma and Louise" para repor a verdade que dizes.
Volta sempre!
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