Posto isto, também quero deixar uma nota sobre a descabida estreia "direct-to-DVD" (ou "direct-to-TV") de "Pa negre" de Agustí Villaronga. Face à quantidade de porcaria que passou pelas nossas salas, pergunto-me como não foi possível ter havido espaço para mostrar aquele que terá sido o filme espanhol do ano, o regresso de um cineasta que já assombrara o público nacional (em sala, por sinal) com "El mar". (Adenda do dia 27 de Dezembro: depois de visto "Guerra Civil" de Pedro Caldas, estreado também na RTP2, perguntava não às distribuidoras, mas à Sociedade Portuguesa de Autores, como pode ser possível que "barre" a distribuição comercial de um filme com esta pujança e com esta pungência?!)
Outro registo menos bom, que não sei se será da responsabilidade das distribuidoras, é a qualidade baixa deste ano cinematográfico. Coincidiu (ou então adveio disso) que foi dos anos em que vi mais filmes estreados em sala (mais de 70), dos quais recomendaria com algum entusiasmo cerca de 30, mas dos quais apenas 13 ou 14 consideraria obras de relevo, que merecerão a nossa atenção em futuras (re)descobertas ou já marcaram em definitivo a vida cinéfila. O mais marcante foi "O Cavalo de Turim", a obra-prima de 2012 que não deu hipóteses nenhumas à concorrência. Todavia, tenho de alertar que não consegui ver os últimos de Oliveira, Akerman, Ceylan e Chabrol. (Desconfio que, pelo menos, o filme do centenário realizador português teria muitas possibilidades de integrar este elenco de excepção.)
1. "A torinói ló" de Béla Tarr
2. "4:44 Last Day on Earth" de Abel Ferrara
3. "Cosmopolis" de David Cronenberg
4. "Tabu" de Miguel Gomes
5. "The Girl With the Dragon Tattoo" de David Fincher
6. "Moonrise Kingdom" de Wes Anderson
7. "Kiseki" de Hirokazu Kore-eda
8. "The Hunter" de Rafi Pitts
9. "Michael" de Markus Schleinzer
10. "Hors Satan" de Bruno Dumont / "Holy Motors" de Leos Carax
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