terça-feira, 12 de outubro de 2010

Etiqueta boboniana do cinema

9. "Foi uma traição a mim mesmo: durante anos elogiei Lars von Trier, pelo arrojo das suas experiências Dogma, pela profundidade e mordacidade que incutia em cada história, nunca tinha visto nada como "Ondas de Paixão" ou "Idiotas". Dei 4s e 5s a grande parte da sua obra até... ficar fora de moda. Foi a Palma para "Dancer in the Dark" que me fez ceder à pressão de grupo. Não podia continuar a gostar dele, não podia continuar a aceitar a sua "moral", mesmo se a tivesse aceite e posto nos píncaros em tempos idos. Comecei, furiosamente, com as bolas pretas e as estrelinhas solitárias, tipo esmola para pobre. Vomitei o discurso chapa 2 do "a arrogânica, o cinismo, o aquilo e aqueloutro" de Trier em "Dogville", escusando-me a ver nele uma das mais complexas e audazes parábolas sobre a América "Polícia do Mundo" de W. Bush e amigos [por falar em cinismo...]. Subi na vida, comprei uma casa nova, casei-me e fui promovido a editor-chefe. Arrependo-me? Claro que não." (Excerto de "Diário de um Crítico de Cinema" de autor desconhecido, pp. 120)

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