Finalmente Cavaco dispensa descodificação. Responde directa e objectivamente às acusações dos seus adversários a Belém, com uma particularidade: fá-lo com incisão e claramente. Dá nome aos bois (aos boys?): de facto, Alegre tem revelado uma estratégia "desesperada" (a palavra é de Cavaco) baseada numa atitude reactiva, quase primária, a cada intervenção ou não-intervenção de Cavaco Silva.
Se Cavaco critica os Açores por reivindicarem um "regime de excepção" no caso dos cortes salariais, vem Alegre defender (corporativamente, olhó "senhor da independência de espírito"!) o seu camarada de partido, Carlos César. (E terá ficado embaraçado quando viu que estava sozinho nesta contenda...) Já antes Alegre tinha adoptado a mesma estratégia. Cavaco devia chamar os partidos, para gerar consensos?
Pois, quando Cavaco os convoca, aparece Alegre, projectando as cordas vocais, em tom declamatório, a criticar que foi tarde demais, que ele tinha sido mais rápido. Alegre desafiou Cavaco a quebrar "o tabu" da recandidatura - acabem com isto, sempre que há Cavaco, lá vem a oposição de esquerda com a história do tabu...
Pois bem, o tabu foi quebrado, mas até lá Alegre não perdeu uma chance para acusar o Presidente da República de já estar em campanha eleitoral, e de se servir do seu lugar para granjear mais apoios. Cavaco tem razão quando fala em desespero da parte de Alegre. Neste ponto, vá lá, o senhor Silva falou português e deixou o cavaquês em casa(, a cuidar dos netinhos.)
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