segunda-feira, 25 de julho de 2011
Quem noticiará o aguardado messias que venha separar a boa política da má política? Quem carregará o fardo da palavra revolucionária?
["Terra em Transe" é um Glauber Rocha em estado de graça, filme-síntese pujante da primeira parte da sua obra, sendo que a segunda parte será constituída sobretudo por um filme - tenho "Idade da Terra", neste caso, como o seu filme antítese, isto é, esboço de um reinício em si mesmo revolucionário do seu discurso cinematográfico... Mensagem política dirigida aos problemas do povo, repartição da terra e das riquezas da terra, luta de classes e luta com Deus, grito contra as hipocrisias dos regimes autoritários, ofensiva contra a aniquilação da poesia, apelo à libertação do indivíduo, elogio fúnebre e funesto à falência de valores, ataque à hipocrisia e demagogia dos "anti-extremismos de esquerda", etc... e etc... Em "Terra em Transe" todos estes ingredientes ideológicos são fervidos em lume muito alto na história do seu protagonista, um poeta e jornalista que presencia, nos dois lados da "estória", à derrocada total do seu sonho revolucionário. Também no filme de Rossen, pelos olhos de um jornalista "sonhador", se debate essa fronteira, talvez abismal nas ideias, talvez ténue na prática, que separa a boa política da má política - porque a política como está organizada será, por natureza, corruptora dos homens, até ou SOBRETUDO daqueles que começam (ao lado dos) "inocentes".]
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