quarta-feira, 30 de maio de 2012

O trabalho animal mata e a morte redime o animal

"Accattone" (1961) de Pier Paolo Pasolini

"Au hasard Balthazar" (1966) de Robert Bresson


(Vittorio "Accattone" Cataldi diz que o trabalho é para os animais. Por um arranjo do destino, acaba por tentar a vida "normal". O facto de deixar de ser chamado, como gosta, pelo nome Accattone e passar a ser referido como Vittorio, a sequência do funeral sonhado do primeiro, o chulo, o homem da boa vida, da "vida fácil" mas cada vez mais miserável, são símbolos de que, não resistindo ao trabalho animal, só a morte redimirá o "caminho de perdição" que foi a sua vida. Com a cabeça rachada, às portas da morte, Accattone diz "estou muito bem". Se pudesse falar, não sei se Balthazar não teria dito o mesmo, antes de cair morto na relva. E não interessa que Balthazar seja inocente e Accattone um escroque. O desejo pela morte torna-os iguais.)

2 comentários:

DoxDoxDox disse...

vê o tal Sang Des Bêtes, do Franju.

Luís Mendonça disse...

Não gosto de ver filmes na net, mas se calhar abro uma excepção para este (que cabia bem numa caixa só com as curtas do Franju!).

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