Em suma, "All The King's Men" é o anti-"Young Mr. Lincoln" perfeito: um homem, de origem humilde, auto-didacta, que promete manter-se fiel às suas raízes e combater, até à morte, uma sociedade iníqua que se alimenta da ignorância dos pobres e da corrupção dos ricos, tomba perante a grandeza das suas próprias palavras - é o fim do jovem Lincoln e o arranque de uma máquina política feroz.
Por sorte ou azar, Willie Stark, o nome do homem de quem falamos, torna-se um dos mais poderosos, e temíveis, políticos nos Estados Unidos. Conquista votos a construir estradas, estádios e hospitais; cala a oposição, usando a força; e, sem perder a imagem de "pai de família", atrai jovens mulheres, que se deixam enfeitiçar pelo seu carisma. Em pouco tempo, a transparência dá lugar à fachada.
Jack Burden, o jovem jornalista que assinou a primeira peça sobre o intrépido "político de rua" Willie Stark, é a personagem que serve de "guia moral" ao espectador, acompanhando o lento apodrecimento de Stark e do seu sonho. Sem ele, rapidamente nos sentiríamos condenados pela visão de Rossen sobre o lodoso mundo da política, uma vez que a personagem de Stark, muito graças à interpretação brilhante (e oscarizada, como o filme) de Broderick Crawford, foge aos estereótipos fáceis, elevando a um novo patamar tudo aquilo que há de ambíguo e contraditório no poder - fazer bem? sim, sempre, mas... a que custo?
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A actualidade de "All the King's Men" foi recentemente premiada (ou não) com um remake homónimo, protagonizado por Sean Penn, o novo Willie Stark, que em Portugal passou directamente para o mercado DVD, com o título "O Caminho do Poder" .
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