segunda-feira, 10 de março de 2008

Die Ehe der Maria Braun (1979) de Rainer Werner Fassbinder

Fassbinder queria que a sua trilogia do pós-guerra, ou a BRD (Bundesrepublik Deutschland), fosse protagonizada por personagens femininas, vítimas, mais do que da guerra, dos efeitos da paz.

O fim da II Guerra Mundial representou, para Maria Braun, o início de um casamento formalizado entre as ruínas da Alemanha nazi. Foi o começo, na realidade, de uma espécie de tragédia sentimental e política, que se constrói à medida que Braun sobe a escada do poder, por forma a conservar intacto o amor que sente pelo seu marido, um militar alemão preso por homicídio...

É um melodrama com os incontornáveis laivos "sirkianos" (o ídolo de Fassbinder), isto é, de fotografia radiosa a enformar uma realidade política e social contraditória. Trata-se de uma obra cruel, desencantada, fria à maneira alemã, sobre uma mulher que se serve de amantes para preservar o amor utópico ou um matrimónio adiado.

Claro que em Fassbinder também não há finais felizes, nem tão-pouco uma visão leve e optimista sobre a forma como a Alemanha lidou (e continua a lidar) com os fantasmas da II Grande Guerra. Ou não seria "The Marriage of Maria Braun" uma história de amor, em tempos de paz (?), que começa e acaba com uma explosão.

Ler mais aqui: IMDB e DVDbeaver.

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