Passemos subitamente para 1982, ano da morte do prolífico cineasta Rainer Werner Fassbinder, o pai do "novo cinema alemão", onde se incluiu também Wim Wenders. Nesse ano, Fassbinder faz, na sua penúltima obra, uma viagem temporal pelo cinema e pela história até chegar a uma diva decadente do cinema mudo que pôs termo à própria vida, Sybille Schmitz. Fassbinder não quis ser literal (como já se viu, nunca é) e reapelidou-a de Veronika Voss.
Em "Veronika Voss", encontramos a estética noir do filme de Billy Wilder, mas a sua diva é (ainda) mais tétrica que a larger than life Norma Desmond. O papel masculino fica a cargo de um jornalista desportivo enfeitiçado pela beleza, e história, da antiga deusa da Sétima Arte.
Se Wilder não teve coragem de matar o sonho - Norma acaba por ter, no final, o seu "renascimento" -, Fassbinder fá-lo, sem remorsos, neste filme e revalida o jornalista, que, ao contrário da maior parte dos jornalistas de Wilder ("Ace in the Hole" e "The Front Page"), tem princípios fortes... salvo no amor.
"Veronika Voss" é um drama excessivo, muito plástico e frio, ou seja, distante da obra-prima homenageada.
Ler mais aqui: IMDB.
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