terça-feira, 11 de março de 2008

Die Sehnsucht der Veronika Voss (1982) de Rainer Werner Fassbinder

Esqueçam Douglas Sirk e pensem em "Sunset Boulevard". Agora esqueçam Hollywood e relembrem a extinta UFA, os estúdios alemães onde nasceram nomes como Fritz Lang, F.W. Murnau, Josef von Sternberg, entre outros.

Passemos subitamente para 1982, ano da morte do prolífico cineasta Rainer Werner Fassbinder, o pai do "novo cinema alemão", onde se incluiu também Wim Wenders. Nesse ano, Fassbinder faz, na sua penúltima obra, uma viagem temporal pelo cinema e pela história até chegar a uma diva decadente do cinema mudo que pôs termo à própria vida, Sybille Schmitz. Fassbinder não quis ser literal (como já se viu, nunca é) e reapelidou-a de Veronika Voss.

Em "Veronika Voss", encontramos a estética noir do filme de Billy Wilder, mas a sua diva é (ainda) mais tétrica que a larger than life Norma Desmond. O papel masculino fica a cargo de um jornalista desportivo enfeitiçado pela beleza, e história, da antiga deusa da Sétima Arte.

Se Wilder não teve coragem de matar o sonho - Norma acaba por ter, no final, o seu "renascimento" -, Fassbinder fá-lo, sem remorsos, neste filme e revalida o jornalista, que, ao contrário da maior parte dos jornalistas de Wilder ("Ace in the Hole" e "The Front Page"), tem princípios fortes... salvo no amor.

"Veronika Voss" é um drama excessivo, muito plástico e frio, ou seja, distante da obra-prima homenageada.

Ler mais aqui: IMDB.

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