quarta-feira, 6 de julho de 2011

Viagem no tempo para inflectir o curso da história (distopias nucleares)

"Beyond the Time Barrier" (1960) de Edgar G. Ulmer

"La jetée" (1962) de Chris Marker

(Não tem de haver espanto quando se põe o filme de culto de Marker e o mais obscuro filme sci-fi série B de Ulmer no mesmo post. Os dois lidam com a questão da ameaça nuclear com a mesma gravidade e ambos fazem da viagem no tempo a única escapatória possível para a humanidade - seja por via da memória, seja por via das viagens no espaço. Ulmer, autêntico artesão à la troika, que filmava filmes em simultâneo ao preço do salário mínimo, não oferece metade do arrojo que qualquer experiência fílmica de Marker, mas, de qualquer modo, parece-me que "Beyond the Time Barrier" é uma tentativa muito subvalorizada de questionar a nossa finitude, rompendo, para isso e com isso, qualquer ilusão convencional de "temporalidade" - o que, para um drive-in movie, é deep enought.)

3 comentários:

Álvaro Martins disse...

Nunca vi o do Ulmer, mas eu metía aí também o Twelve Monkeys do Gilliam :)

Luís Mendonça disse...

Sim, mas parece-me redundante, visto que o "Twelve Monkeys" é declaradamente inspirado no filme do Marker - só que infinitamente menos interessante... como é apanágio do Gilliam, que me parece um realizador muito chato.

Álvaro Martins disse...

Não desgosto do Gilliam, embora reconheça que é um realizador banal, fantástico demais. E concordo quanto ao Twelve Monkeys, não chega aos calcanhares do filme do Marker, estéticas completamente antagónicas, versão underground vs versão hollywoodesca eheh mas referi-o só mesmo por causa do tema.

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