Só mesmo desligada, a televisão parece devolver o nosso (exigente) reflexo - a personagem de Jane Wyman em "All that Heaven Allows" (1955) decerto já o sabia.
Anda aí a circular a ideia de que se pode definir o conceito de serviço público de televisão sem se falar de conteúdos e grelhas de programas. Quem tem reagido com esta ideia à constituição do grupo de trabalho chefiado por João Duque, e que integra, entre outros, Eduardo Cintra Torres e Manuel Villaverde Cabral (dois subscritores da nossa petição), arrisca-se seriamente a cair num vazio de argumentos. O Governo tem obviamente de analisar conteúdos específicos se quer aprimorar (ainda mais) o conceito de serviço público.
Aliás, vou até mais longe, dificilmente se consegue falar de televisão sem falar de conteúdos, opções editoriais e mesmo das pessoas que as tomam... Por tudo isto, seria importante "desmascarar" todos aqueles que (epidérmica e demagogicamente) reagem a tudo o que são propostas para acertar o rumo dos canais do Estado e aproximá-los de uma ideia mais concreta de "interesse público" como se estas resultassem automaticamente numa ingerência ilegal, inconstitucional, das forças políticas no direito sagrado à liberdade de imprensa. É preciso, na realidade, tratar de conteúdos, se alguém quer, de facto, uma televisão pública responsável perante a lei e o Contrato que tem com o Estado.
Recomendo que se leia o Contrato que a RTP tem com o Estado para se perceber, de uma vez por todas, primeiro, que o Estado sempre tratou de conteúdos, sempre, por assim dizer, "ingeriu" no modo como as grelhas de programas se constituem e que, segundo, a actual definição de serviço público é já suficientemente exaustiva para que hoje pudéssemos ter uma televisão de muito melhor qualidade - que não oferecesse, pelo menos, tanta contestação por parte da sociedade civil informada. O problema, repito, está na regulação, que deve começar logo na nomeação de quem vai para a frente dos ditos canais. Lamento que, face às evidências, ainda se perca tempo com argumentos corporativistas ou partidariamente viciados.
Aliás, vou até mais longe, dificilmente se consegue falar de televisão sem falar de conteúdos, opções editoriais e mesmo das pessoas que as tomam... Por tudo isto, seria importante "desmascarar" todos aqueles que (epidérmica e demagogicamente) reagem a tudo o que são propostas para acertar o rumo dos canais do Estado e aproximá-los de uma ideia mais concreta de "interesse público" como se estas resultassem automaticamente numa ingerência ilegal, inconstitucional, das forças políticas no direito sagrado à liberdade de imprensa. É preciso, na realidade, tratar de conteúdos, se alguém quer, de facto, uma televisão pública responsável perante a lei e o Contrato que tem com o Estado.
Recomendo que se leia o Contrato que a RTP tem com o Estado para se perceber, de uma vez por todas, primeiro, que o Estado sempre tratou de conteúdos, sempre, por assim dizer, "ingeriu" no modo como as grelhas de programas se constituem e que, segundo, a actual definição de serviço público é já suficientemente exaustiva para que hoje pudéssemos ter uma televisão de muito melhor qualidade - que não oferecesse, pelo menos, tanta contestação por parte da sociedade civil informada. O problema, repito, está na regulação, que deve começar logo na nomeação de quem vai para a frente dos ditos canais. Lamento que, face às evidências, ainda se perca tempo com argumentos corporativistas ou partidariamente viciados.
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