quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Modelação de papéis: garanhões "sem princípios" no amor como na vida

"All Fall Down" (1962) de John Frankenheimer

"Hud" (1963) de Martin Ritt

[O que há de comum entre estes dois grandes filmes, de dois cineastas cultores da mais aprimorada estética clássica do preto-e-branco (no caso de Ritt, é uma história de amor sem paralelo que importará indagar melhor), vai muito para lá da relação entre as personagens do jovem adolescente interpretado em ambos por De Wilde com os garanhões Warren Beatty ("All Fall Down") ou Paul Newman ("Hud"). Os dois filmes vivem de um triângulo amoroso fatídico, entre os dois jovens protagonistas e uma mulher mais ou menos angelical (Eva Marie Saint no primeiro e Patricia Neil no segundo), que torturará até ao fim os corações masculinos (por exemplo, para o jovem "em crescimento", ela é tanto uma irmã como primeiro objecto de desejo sexual). Ao mesmo tempo, tanto o filme de Frankenheimer como o de Ritt lidam com relações familiares atravessadas por um clima de desconfiança e enorme insegurança sentimental. Enfim, aqui estão dois exemplares tratados psico-sociológicos pintados com luz e sombra (mas o de Frankenheimer, grande filme esquecido, é mais bergmaniano que o de Ritt, sendo que "Hud" é um clássico que explora magnificamente a horizontalidade da planície americana, qual western psicológico).]

2 comentários:

Carlos Natálio disse...

Ao que consta o Warren Beaty era mesmo um cabrãozeco...O newman não sei. (Sobre aqui no outro dia, o Newman era para mim melhor actor que o Brando. O Brando impõe sobretudo um magnetismo que advém da sua fisicalidade). Abraço

Luís Mendonça disse...

Concordo com o que dizes, sobretudo, o que dizes entre parêntesis. Também considero o Newman mais actor - e essa do "magnetismo que advém da sua fisicalidade" é absolutamente certeira no que toca ao Brando!

Considero, aliás, o Newman o maior actor da primeira geração formada pelo Método.

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