quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O meu último adversário: numa paragem do 28


A equipa do manager (leia, por favor, por amor de Jesus, "manÁger") João Lameira impõe-me um enorme respeito e até digo mais: desde os quartos-de-final que é uma das minhas favoritas. Não só pelos autores escolhidos, na realidade, mais até pelo delirante texto que fundamenta as suas escolhas. Digo "mais até", porque, de facto, há ali uns três ou quatro jogadores que nunca entrariam numa equipa minha: como o próprio João Lameira disse em conferência de imprensa, eu é mais "homens de barba rija" (salvo seja!), logo, não me estou a ver a chamar para a minha equipa um Demy, um Ophuls ou um Woody Allen.

De resto, nos duelos mais directos, devo dizer que receio mais a parte central da equipa do míster Lameira do que o jogo pelas alas, algo inconstante e, como digo, "frágil" - um Carpenter ou um Boetticher, com o seu poderia físico, deita abaixo um Ophuls ou um Demy só com um sopro. Os seus pontos mais fortes são, então, o seu guarda-redes - muito atento, pese embora por vezes prefira "atirar-se para a fotografia" em vez de "jogar pelo seguro" -; a dupla de defesas centrais - em regime de complementaridade quase perfeita -; os médios-defensivos - um "parte pernas" letal, Peckinpah, e à frente o box-to-box temível, altamente imprevisível, César Monteiro -; e o médio centro inventivo, Renoir, a apoiar o mais constante ponta-de-lança deste torneio, Howard Hawks. Confesso que este último é dos jogadores que mais gostava de ver alinhar na minha equipa. Quem sabe se não o "desvio" na próxima época...

Face esta poderosa espinha dorsal, o que pode o CINEdrio fazer? Bem, ainda assim, penso que pode fazer muito: o jogo no meio campo - é aí que o Freitas Lobo diz que se ganham os grandes jogos... - não está garantido para o numa paragem do 28 ou não teria eu o melhor número 10 do mundo, Hitchcock, apoiado por um grande jogador das transições rápidas, do "contra-golpe", Eric Rohmer, e, logo atrás, a proteger-lhe as costas, a dupla de defesas centrais mais sólida desta copa: Ford e Eastwood.

O CINEdrio quer ganhar isto, mas, desta vez, não se assume como favorito para este embate com o numa paragem do 28. Como dizem alguns brilhantes comentadores desportivos: "são os dois favoritos".

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