O crítico de "Lady in the Water" (2006) de M. Night Shyamalan
Acredito piamente que os filmes servem tanto para ser criticados quanto as críticas que deles decorrem. É o pensamento em torno do cinema que oferece discussão e contra-discussão e é desta dialéctica - cada vez mais espontânea e, para os mais conservadores, incómoda - que se pode solidificar o discurso, mas sempre um discurso que age não sobre, mas sob o filme ou a obra em questão. Ela mantém-se - e tem de ser assim - intocada pela crítica, mas não é - e não pode ser - completamente indiferente a todas as críticas e comentários a críticas que se trocaram antes de si sob a cúpula de outros filmes. A crítica e a contra-crítica fazem então parte de uma dança infernal que projecta novos filmes e novas danças.
Gostos sobre filmes não se discutem? Discutem-se, discutem-se os gostos, a forma como os sabemos ou não articular, etc.: o que não se discutem são os filmes*.
* - Salvo, está claro, se estiver em cima da mesa a legitimidade da obra.
PS: Dedico este post, obviamente, a todos os "opinion makers" profissionais que gostam de malhar na blogosfera pela "inanidade geral" e nos media pelo seu "déficit democrático", mas que depois não toleram - banem, aliás, dos seus espaços... alguns deles os mais redondamente blogoesféricos - uma argumentação, por menos implicativa que seja, com um leitor. Fazem-me lembrar aquela história do Groucho Marx: "Eu nunca faria parte de um clube que me aceitasse como sócio". Agora é experimentarem a carapuça para ver se serve ou não.
Sem comentários:
Enviar um comentário