1. "2001: A Space Odyssey" (1969) de Stanley Kubrick
Aqui aprendi a pensar com imagens e percebi que, no cinema (como na vida), o mistério pode nunca acabar (= a minha primeira grande noção de infinito).
2. "Citizen Kane" (1941) de Orson Welles
Aqui percebi o que podia ser a grandeza do classicismo norte-americano e, logo a seguir, a loucura de um génio que o celebrou ao mesmo tempo que o dinamitou por dentro.
3. "North by Northwest" (1959) de Alfred Hitchcock
Aqui deixei-me levar pela aventura de um "homem errado" e desejei que esta nunca acabasse.
4. "Raging Bull" (1980) de Martin Scorsese
Aqui aprendi a ver tragédia e bailado a partir de um palco só: um ringue de boxe, mais especificamente.
5. "Monsieur Verdoux" (1947) de Charles Chaplin
Aqui percebi que há mais vida para lá dos clássicos maiores de Chaplin; logo, aprendi a amar a descoberta cinéfila.
6. "El espíritu de la colmena" (1973) de Victor Erice
Aqui voltei a ouvir e a ver como uma criança e apercebi-me do papel que o silêncio e a paisagem podem desempenhar sobre as imagens.
7. "Assault on Precinct 13" (1976) de John Carpenter
Aqui aprendi a relacionar e a ler cinema, para descobrir, por exemplo, que por trás de uma coisa (o thriller urbano de cerco) pode estar outra (um western de cerco hawskiano).
8. "Bringing Up Baby" (1938) de Howard Hawks
Aqui desfiz um preconceito que me perseguia: é que a comédia não é mesmo nada um "género menor".
9. "Mon Oncle" (1958) de Jacques Tati
Aqui encontrei as figuras, os ritmos e as distracções que, ainda hoje, alimentam o meu (resistente!) imaginário de infância (uma infância idealizada, claro está).
10. "Ivan, o Terrível Parte I e II" (1944-1958) de Serguei M. Eisenstein
Aqui sim, verdadeiramente, percebi como se pode "escrever História com luz" (a frase é de Woodrow Wilson a propósito do moralmente deplorável "The Birth of a Nation" de D.W. Griffith).
Reendereço o desafio a todos os bloggers de cinema (e não só!) que passem por este cantinho.
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