Moretti é o novo professor de matemática da escola Marylin Monroe, um colégio com um método de ensino pouco ortodoxo e um corpo docente inusitado. Para o professor, a solidão é vivida com zelo e dedicação, preenchida por espreitadelas indiscretas aos vizinhos da frente e intromissões descaradas na vida amorosa dos amigos. Quando conhece Bianca, a outra "recente aquisição" do colégio, esse misantropo voyeur vê-se obrigado a rever a sua vida.
"Bianca" é um tratado sobre a loucura e a solidão, que resulta maravilhosamente graças à total imersão de Nanni Moretti numa personagem difícil e complexa. Muitos elementos (e actores) vêm do seu anterior filme, como o gosto por doces (especialmente a sachertorte, que até dá nome à sua produtora) e a verdadeira devoção à prática do desporto (que está presente em quase todos os seus filmes). Mas o que ressalta é o interesse do realizador por personagens inadaptadas por vontade própria, que compulsivamente questionam, do lado de fora, o mundo que as rodeia.
O cinema de Moretti prova, em "Bianca", que a comédia (negra) pode ser feita com base nas pequenas coisas da vida: as banalidades são a grande matéria-prima do realizador italiano, como se nuns sapatos de senhora estivesse escondida uma componente bigger than life que explicasse toda a existência humana.
O cinema de Moretti prova, em "Bianca", que a comédia (negra) pode ser feita com base nas pequenas coisas da vida: as banalidades são a grande matéria-prima do realizador italiano, como se nuns sapatos de senhora estivesse escondida uma componente bigger than life que explicasse toda a existência humana.
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1 comentário:
E aquela confissão final é do melhor que Moretti já nos deu, misturando sapatos, mortes e o "nosso" Otelo. Um filme hilariante e perturbante. Para mim um dos melhores do génio italiano
abraço cinéfilo
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