Depois do muito incaracterístico terceiro capítulo do
franchise de horror "Halloween", em que Michael Myers - vai-se lá saber por quê - não consta do menu, o grande papão regressa para mais um massacre em noite de bruxas. Não estando nem por sombras próximo dos dois primeiros capítulos da série - se o I de Carpenter é um exercício conceptual sobre o mal, o II de Rosenthal é um
western expressionista "de cerco" talvez até com mais condimentos carpenterianos clássicos que o primeiro -, "Halloween IV: The Return of Michael Myers" (1988) tem um
subplot que desfecha numa inspirada troca de palavras que recorto para aqui. A jovem Rachel gosta de Brady, mas a sua melhor amiga Kelly também está secretamente de olhos em cima do rapaz. Quando Rachel dá com Brady na casa de Kelly a sua desilusão é dupla. E a raiva também... Quando volta a ter oportunidade para falar com a sua (ex-)melhor amiga, Rachel afia a língua e responde à letra ao comentário cínico dessa cabra traidora - exactamente como se Michael Myers lhe estivesse no verbo.
Kelly: I didn't know you and Brady had anything, ok?
Rachel: You knew. You just didn't care.
Kelly: He is not married. Besides, I have the right to do what is best for me.
Rachel: Don't you mean "what you do best"?
2 comentários:
Acho que o terceiro Halloween é muito bom. E é muito carpenteriano, também (se calhar até mais do que o segundo): uma estação de televisão comanda as mentes das criancinhas, através de anúncios publicitários. Ele só pode ter tido mão nisso.. :)
Visto sob esse prisma, és capaz de ter bem razão! Só o ser muito bom é que acho discutível. Não digo que o III esteja mal feito, ou seja, absolutamente nulo em termos cinematográficos - ou muito menos narrativos -, mas há algo ali que falha - e é inevitável sentir-se a ausência de Mike Myers, Donald Pleasence ou Jamie Lee Curtis.
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